Bolsonaro diz que por ter "histórico atlético" dificilmente iria manifestar sintoma se tivesse coronavírus
Declaração ocorreu durante o pronunciamento em rede nacional na noite desta terça-feira, 24. No início do mês, a OMS alertou que mesmo jovens podem morrer de coronavírus
Durante pronunciamento em rede nacional feito na noite desta terça-feira, 24, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) disse que por ter "histórico atlético" dificilmente iria manifestar qualquer sintoma caso fosse infectado pelo coronavírus. Ele voltou a se referir à pandemia como sendo uma “histeria” causada pela imprensa.
No início do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou aos jovens e pessoas fora de grupos de risco para o perigo do coronavírus, sugerindo que eles limitassem a vida social. Na segunda-feira, 22, o nadador campeão dos 100m peito na Olimpíada de Londres-2012, o sul-africano Cameron van der Burgh classificou a experiência de infecção por covid-19 como uma das piores experiências da vida dele. "Tenho lutado com a covid-19 há 14 dias. É de longe o pior vírus que eu já tive apesar de ser um indivíduo saudável com pulmões fortes", disse o atleta de 31 anos. Bolsonaro tem 65 anos, o que o qualifica como idoso, principal grupo de risco associado ao coronavírus.
O presidente ainda criticou as medidas restritivas impostas pelos estados, que dentre outras ações, suspenderam as aulas e determinaram fechamento de qualquer estabelecimentos de serviços ou comércio não essenciais. As ações buscam evitar aglomerações, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), para tentar desacelerar a propagação do vírus.
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AssineEm meio às críticas, Bolsonaro reforçou que era necessário que todos mantivessem uma “preocupação extrema em não transmitirmos o vírus para os outros, em especial aos nossos pais e avós”. Mas criticou as medidas restritivas que foram implementadas ao longo do país. “O grupo de risco é de pessoas com mais de 60 anos, então por que fechar escolas?”.
“No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria, ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha, ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão”, declarou Bolsonaro, apontando vídeo inexistente de Dráuzio Varela. No início do surto, o médico publicara vídeo — já apagado — em que sugeria medidas mais brandas de enfrentamento ao vírus.
O presidente encerrou o pronunciamento afirmando que acreditava que Deus iria capacitar os cientistas e pesquisadores no Brasil e no mundo para alcançarem uma cura para a doença. Ele deixou seu agradecimento a todos os profissionais de saúde que nas palavras dele: “Na linha de frente nos recebem nos hospitais, nos tratam e nos confortam, sem pânico ou histeria. Como venho falando desde o princípio, venceremos o vírus, e nos orgulhamos de estar vivendo neste novo brasil que tem tudo sim, tudo para ser uma grande nação”, declarou.
O presidente da República já foi testado para coronavírus pelo menos duas vezes e, segundo ele, ambos os resultados foram negativos. Os exames não foram divulgados. Pelo menos 22 pessoas que viajaram em comitiva com Bolsonaro para os Estados Unidos testaram positivo. O hospital onde o chefe do Executivo nacional fez o exame foi intimado a divulgar lista de infectados pela covid-19, mas omitiu dois nomes.
Coronavírus no Brasil e no Ceará
O número de casos confirmados de infecção por coronavírus, no Brasil, chegou a 2.201, na tarde desta terça-feira, 24. País soma 46 mortes, de acordo com informações passadas do Ministério da Saúde (MS).
No Ceará, o número de casos confirmados chegou a 185 de acordo com o boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O último registro apontava 164 casos.
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