Colisão entre buracos negros confirma previsões feitas por Einstein
Evento registrado por observatórios internacionais fornece a evidência mais clara até hoje de teorias estudadas por Einstein e Hawking; confira
Uma colisão entre dois buracos negros registrada em janeiro de 2025 confirmou previsões por físicos como Albert Einstein e Stephen Hawking.
O evento, identificado pelo observatório Ligo (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) e batizado de GW250114, produziu o sinal mais nítido já captado de ondas gravitacionais: as distorções no espaço-tempo previstas por Einstein em sua Teoria da Relatividade Geral, publicada em 1915.
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A fusão, observada em conjunto com o observatório europeu Virgo e o japonês Kagra, permitiu testar com precisão inédita duas das principais teorias da física moderna: o teorema de área de Hawking e a solução de Roy Kerr para buracos negros em rotação.
Colisão entre buracos negros: o que foi observado
De acordo com os pesquisadores do Ligo, os dois buracos negros que se fundiram possuíam massas cerca de 40 e 35 vezes maiores que a do Sol.
O resultado foi um novo buraco negro ainda mais massivo, cuja área total de horizonte de eventos superou a soma das áreas anteriores. Esse detalhe confirma o teorema proposto por Stephen Hawking em 1971, segundo o qual a área total dos horizontes de eventos de buracos negros nunca diminui.
A colisão também confirmou a solução matemática descrita em 1963 pelo físico Roy Kerr, que propôs que todos os buracos negros podem ser completamente definidos por apenas dois parâmetros: massa e rotação.
Ao analisar as oscilações finais do buraco negro, conhecidas como “ringdown”, os cientistas verificaram que o comportamento do objeto corresponde com precisão ao modelo teórico previsto há mais de 60 anos.
O evento GW250114 representa o sinal mais forte e claro desde 2015, quando as ondas gravitacionais foram detectadas pela primeira vez.
Colisão entre buracos negros: por que a descoberta é importante
A confirmação experimental de teorias que até então só existiam no campo da matemática e da simulação digital é um avanço notável. Para os físicos, o evento oferece um laboratório natural para testar leis da gravidade em condições extremas, impossíveis de reproduzir em qualquer outro ambiente conhecido.
Cada nova observação de ondas gravitacionais amplia o entendimento sobre como o espaço e o tempo se comportam sob pressões inimagináveis.
Além disso, a detecção abre caminhos para compreender melhor como se formam os buracos negros supermassivos que habitam o centro das galáxias, inclusive da Via Láctea. Ao estudar colisões de objetos menores, é possível inferir como esses gigantes evoluem e interagem ao longo de bilhões de anos.
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Para o futuro, os cientistas esperam que a sensibilidade aprimorada dos detectores permita captar sinais ainda mais fracos e distantes. O objetivo é criar uma espécie de “mapa gravitacional” do universo, observando fusões que ocorreram há bilhões de anos e revelando novas pistas sobre a origem das galáxias.
A tecnologia envolvida também tem impactos em outras áreas, como o desenvolvimento de sensores ultrassensíveis e sistemas ópticos de alta precisão, aplicáveis em medicina, engenharia e comunicações.
Um novo capítulo na observação do cosmos
A colisão entre buracos negros registrada neste ano reforça a ideia de que o universo, mesmo em seus aspectos mais extremos, segue obedecendo às leis formuladas por Einstein e refinadas por Hawking e Kerr.
Mais do que uma curiosidade astronômica, o evento representa a confirmação de que a humanidade dispõe de instrumentos capazes de “ouvir” o universo.
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