Secult planeja restauro do Theatro José de Alencar pela Lei Rouanet

Secult planeja restauro do Theatro José de Alencar pela Lei Rouanet

A Secretaria da Cultura tem conversas avançadas com Petrobras e BNDES para financiar restauro do TJA, por meio da Lei Rouanet
Atualizado às Autor João Victor Dummar Tipo Notícia

O Theatro José de Alencar (TJA), um dos principais e mais tradicionais espaços da cena artística do Ceará, terá a sua tão esperada restauração completa, avaliada em R$ 48 milhões. A informação foi confirmada pela Secretária da Cultura do Estado (Secult), Luisa Cela, em entrevista exclusiva ao O POVO na terça-feira, 4.

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Em 17 de junho de 1910, o TJA era inaugurado em meio ao contexto político e a belle époque no Ceará.

A última grande reforma no espaço ocorreu há mais de 30 anos, com início em 1980, na gestão da então secretária de Cultura, Violeta Arraes. Na ocasião, foram realizadas intervenções estruturais e mudanças da estética, relacionando melhor o espaço com as expressões culturais da Cidade. A obra foi finalizada em 1991.

Hoje o espaço, ainda que seja um dos equipamentos mais nobres da Cidade, transparece a necessidade de cuidados e melhorias na estrutura.

Sobre a questão da estrutura, a secretaria explicou que recentemente foi realizado um investimento de R$ 2,5 milhões na manutenção do espaço, mas é algo que ocorre de forma "paliativa", pela necessidade específica do grande restauro.

A história do local foi revisitada na série “Raio-X dos Espaços Culturais”, projeto exclusivo da plataforma O POVO+. A reportagem também analisa os desafios e projeções do TJA.

Em junho de 2023, período de produção do material citado, a Secretaria da Cultura do Ceará já falava em um projeto de restauração do espaço, e apontava o processo de licitação ainda para o ano vigente.

Segundo Luisa Cela, todos os projetos principais, de restauro e os complementares, já foram finalizados junto à Superintendência de Obras Públicas (SOP). Ainda em elaboração, o projeto cenotécnico, que inclui a parte de som, luz e vestimentas cênicas, é o único que ainda falta concluir.

Obra tem valor estimado de R$ 48 milhões

O projeto realmente traz uma "obra cara", mas devido o tamanho e importância do espaço, avaliou a titular da pasta da cultura. "Esse orçamento ficou em R$ 48 milhões. É claro que às vezes, nos processos de licitação, cai um pouco, mas era dentro da nossa expectativa. A gente imaginava mesmo que o investimento ficasse nessa ordem de 40, 50 milhões de reais, pelo tamanho do teatro e pelo que requer", explica.

O processo foi submetido ao sistema da Lei Rouanet, meio pelo qual o governo pretende viabilizar o financiamento para a obra. O Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ainda avaliam o planejamento.

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A Secult tem expectativa de, dentro de um mês, ter autorização dos órgãos para voltar a dialogar com instituições para captação dos recursos.

Já houve um contato inicial com duas possibilidades para conseguir o aporte. A Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sinalizaram interesse em contribuir, inclusive com conversas entre os presidentes e a própria secretária, contou.

A Petrobras já participou de ações parecidas, quando chegou a financiar a reforma do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Tempo de restauro deve chegar a dois anos

Conforme explicou Luisa, a obra deve demorar pelo menos dois anos: "Não tenho pretensão de entregar o restauro dentro dessa gestão, mas o meu desejo, é de a gente estar trabalhando para iniciar esse restauro ainda dentro da nossa gestão".

O prazo ocorre devido à dificuldade e proporção do restauro histórico, trazendo os materiais originais como pinturas e vitrais de volta à vida: "Para a gente deixar o teatro digno como ele merece", conclui Luisa.

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