O POVO reúne cronistas na Bienal do Livro; programação segue até amanhã
Momento, nessa sexta-feira, no Centro de Eventos, marcou os dez anos de crônicas do escritor Romeu Duarte no Vida&Arte
Como parte da programação da 14ª edição da Bienal Internacional do Livro do Ceará, O POVO promoveu uma série de debates e entrevistas sobre rádio, jornalismo e cultura nesta sexta-feira, 18, no Centro de Eventos do Ceará. O primeiro momento, "Conversa sobre crônicas", marcou os dez anos de crônicas do escritor Romeu Duarte no Vida&Arte.
Em conversa moderada pelo jornalista e cronista do O POVO Henrique Araújo, Romeu falou nesta sexta-feira sobre o caminho da escrita e como ele se relaciona com os temas que aborda semanalmente. "Eu tiro o meu assunto do próprio jornal que eu escrevo", diz Romeu, que é assinante do jornal desde os 11 anos, então presente do pai.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O arquiteto e urbanista Romeu Duarte - formação que também permeia suas criações textuais -possui mais de 400 crônicas assinadas. Os tópicos apresentados transitam entre a livre observação do autor. "Procuro escrever sobre o cotidiano", diz. Mas ele também tem um lado que é seu pensamento político-ideológico sobre as coisas.
“Tenho uma janela aberta para os meus pensamentos”, celebra Romeu, que destaca a liberdade de escrever até sobre arquitetura, "que é um tema árido", mas que também se reflete na sua escrita de forma mais crítica. "Não podemos perder esse viés".
A arquitetura também está presente na reflexão de Romeu ao falar da relação com a cidade. “É a moldura da vida”, imagina o arquiteto e cronista, que nasceu em Belo Horizonte, mas vive desde os quatro anos em Fortaleza, cidade onde continua a criar afetos e tempos. "Acho que se eu voltasse, me tornaria arquiteto novamente", refletiu. "A arquitetura já tomou mais o meu tempo. Entrei na escola em 1981. Mas a arquitetura sempre bate na minha porta como uma velha amiga".
Além de Romeu, participaram do debate o jornalista e cronista Demitri Túlio e a jornalista e escritora Izabel Gurgel.
Na discussão sobre crônicas, a cronista do O POVO, Izabel Gurgel, compartilhou suas visões acerca do exercício da escrita e como a vida cotidiana se relaciona com ela. "É como segurar, na linguagem, esse cavalo bravo que é a vida", espelhou.
"Acho que o cronista sabe desse cru (do espanto do mundo, do automático, do tudo já visto, do tudo já dito) e quer dar um cozido para tonar a vida menos doída".
Izabel também compartilhou sobre a produção, constantemente, embora "sentar para escrever", revela a cronista, seja "uma tarefa extremamente difícil". "Os textos estão se produzindo o tempo inteiro", diz. Mas o que se materializa é muito pouco comparado ao volume que se é pensando, "remoído".
"São quatro vivências diferentes que se encontram com o olhar para a cidade", comentou o jornalista e cronista Demitri Túlio, ao lado dos cronistas presentes, além dele e Izabel, Henrique Araújo e Romeu Duarte.