Câmara Municipal de Camocim rejeita homenagem a Ciro Gomes

Câmara Municipal de Camocim rejeita homenagem a Ciro Gomes

Texto de autoria do vereador Marcos Coelho destacava a trajetória do ex-governador. Requerimento foi desaprovado por 8 votos contrários contra 5 favoráveis

Câmara Municipal de Camocim, município localizado a 317,3 quilômetros de Fortaleza, desaprovou uma homenagem ao ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PSDB). 

O requerimento para a homenagem foi apresentado em 24 de outubro pelo vereador Marcos Coelho (Republicanos), que pediu uma sessão solene em homenagem a Ciro. No documento, ele justifica que o ato seria “em reconhecimento às relevantes contribuições prestadas ao desenvolvimento de Camocim, especialmente nas áreas da saúde e do saneamento básico”.

 

O texto destaca a trajetória do ex-ministro e fala sobre o período em que Ciro atuou como governador (1991-1994): “Sob sua liderança, Camocim foi contemplado com importantes obras e programas de grande impacto social e econômico”. A solicitação foi desaprovada por 8 votos a 5.

Em sessão na quarta-feira, 3, Coelho demonstrou indignação com a rejeição da homenagem a Ciro e criticou o vereador Kleber (PSB). 

“Também reclamo aqui e estou surpreso, porque homenagear as pessoas, nós sempre homenageamos aqui, independentemente de quem seja. Mas vereador Kleber, vossa excelência orientar a sua bancada para votar contra o ex-governador Ciro Gomes. Vossa excelência não tem memória. E eu poderia aqui fazer o contrário, não apoiar, mas fui o autor, porque eu reconheço no governador Ciro Gomes não apenas um grande cearense, mas um grande brasileiro”, argumentou.

Em seguida, o vereador chamou o colega de “covarde” e afirmou que Kleber teria orientado a bancada “para se sujeitar ao governador Elmano de Freitas”, citando outros vereadores.

“Vossa Excelência orienta a bancada aqui de forma covarde. Está sendo covarde. É a menor palavra que eu posso dizer com vossa excelência é essa. Vossa excelência é um covarde. E orientar dessa forma para se sujeitar ao governador Elmano de Freitas. De uma forma interesseira, vossa excelência nem votou no governador Elmano, mas para se subordinar, para ficar de joelhos ao governador Elmano de Freitas [...] Qualquer um outro poderia, menos vossa excelência votar contra uma moção de aplausos aqui ao ex-governador Ciro Gomes”, continuou.  

Ciro foi pivô de divergência na oposição nacional

No Ceará, o PSB faz parte da base aliada do governador Elmano de Freitas, com o senador Cid Gomes (PSB) como um dos principais líderes no Estado.

Já o irmão de Cid, Ciro Gomes, se filiou ao PSDB em outubro. Ele é um dos principais críticos da gestão Elmano e se aproximou de nomes da oposição no Estado, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil). Apesar de não ter confirmado, Ciro é um possível nome da oposição para a disputa pelo Governo do Ceará em 2026.

O tucano, inclusive, está no centro do recente desentendimento protagonizado por nomes do PL. Em passagem pelo Ceará no último domingo, 30, durante o evento de lançamento de candidatura do senador Eduardo Girão (Novo), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) deu um “puxão de orelha” no PL Ceará por conta da aproximação com Ciro.

Na ocasião, ela citou nominalmente Fernandes e disse que, apesar do “orgulho” que sentia por ele, não seria viável apoiar uma pessoa que já criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro. Após o fim do evento, André convocou uma coletiva e ressaltou que a aliança com Ciro vem sendo construída desde o segundo turno das eleições de 2024, inclusive com o aval de Bolsonaro. 

Na última, segunda-feira, três filhos de Bolsonaro criticaram a atitude de Michelle. Para Flávio Bolsonaro, a ex-primeira-dama “atropelou” a articulação do PL no Ceará e agiu de forma “autoritária e constrangedora”. Pelas redes sociais, Carlos e Eduardo Bolsonaro concordaram com o irmão.

Na terça, após visita a Bolsonaro na prisão, Flávio afirmou que contou sobre a situação ao pai e disse que se desculpou com Michelle. Após reunião da cúpula nacional do PL, em Brasília, André Fernandes anunciou que as negociações com Ciro Gomes estão suspensas por tempo indeterminado.

Segundo o parlamentar cearense, a suspensão foi motivada principalmente por um “ruído de comunicação” interno e pelo impacto da restrição de comunicação do ex-presidente Bolsonaro, preso por tentativa de golpe.

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