Pedetistas criticam Ciro Gomes em grupo no WhatsApp; veja

Deputados do PDT criticam Ciro Gomes em grupo no WhatsApp após saída: "Já foi tarde"

Parlamentares comentaram a desfiliação de Ciro, que agora integra os quadros do PSDB

Em prints (capturas de tela) vazados à imprensa, deputados federais do PDT dispararam críticas ao ex-ministro Ciro Gomes, recém desfiliado da legenda. O político do Ceará, que era a principal liderança pedetista, se desfiliou da sigla brizolista após um racha interno no Ceará e posterior aproximação com bolsonaristas.

No aplicativo de mensagens WhatsApp, os parlamentares pedetistas criticaram o desfecho do ex-ministro e ex-governador do Ceará, agora filiado ao PSDB. Os diálogos foram divulgados pela coluna de Paulo Capelli, do Metrópoles.

Em uma das mensagens, o deputado Pompeo de Mattos (RS), diz: “Pelo que percebi, foi sem sequer deixar saudades…”, e o colega Josenildo (AP) respondeu: “Pra mim já foi tarde”.

Na mensagem seguinte, o deputado Félix Mendonça Júnior (BA) faz elogios a Ciro, mas critica a forma como ele desligou da legenda.

“Muito inteligente em questões econômicas ele é, visão cartesiana aguçada, a emoção ofusca e corrói drasticamente a inteligência. A consideração é uma questão de foro íntimo e particular que parece que ele não possui, entrou pela porta da frente e saiu pela janela basculante da área de serviço”.

Seguindo a conversa, o deputado Marcos Tavares (RJ) compara o assunto a um rompimento amoroso, insinuando que Ciro inventou desculpas para sair. “Ele fez igual a quando um não quer continuar a relação, inventando desculpas”.

O parlamentar disse que o movimento de Ciro foi “estratégico” e “pragmático”, argumentando que ele precisava sair da sigla para “ganhar apoio do PL ou simpatia” e alegando que ele usou isso como “pretexto de que vale tudo para derrotar o PT”.

Ciro já vinha sofrendo críticas internas dentro do partido desde que se aproximou de nomes da extrema direita no Ceará, após a eleição municipal de 2024, quando seu Candidato a reeleição, José Sarto, não chegou ao segundo turno, levando a grande maioria de seus aliados a apoiar o candidato bolsonarista André Fernandes (PL), que acabou derrotado por Evandro Leitão (PT).

No dia em que anunciou sua saída do PDT, a deputada Duda Salabert, que já adotava uma postura crítica em relação a Ciro, classificou o evento como “grande dia” em postagem.

Ciro no PDT

O ex-ministro entrou com seu grupo político no partido em 2015, após uma rápida passagem pelo já extinto PROS. Pelo partido trabalhista disputou a Presidência da República duas vezes, em 2018 e 2022.

No início da campanha de 2018 com a inabilitação de Lula (PT), se aventou nos bastidores o nome de Ciro como o político de esquerda, que uniria todo espectro político. A escolha de Lula pelo nome de Fernando Haddad (PT), foi um balde de água fria nessa tese e foi considerada um ponto de ruptura entre Ciro e o petismo.

No segundo turno da disputa naquele ano, Ciro não declarou apoio ao petista contra o então candidato Jair Bolsonaro.

Na disputa de 2022, o ex-ministro foi um dos maiores críticos de Lula, rompendo sua aliança com o PT no Estado, após divergências sobre o nome que deveria suceder Camilo Santana (PT), O PT defendia a vice-governadora Izolda Cela (à época no PDT e hoje no PSB), enquanto Ciro e aliados optaram pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.

O impasse provocou uma disputa interna, com RC sendo escolhido pelo PDT como candidato. Entretanto, a definição gerou racha com o PT que lançou candidatura própria de Elmano de Freitas (PT), que foi eleito governador em 1° turno naquele ano.

 

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