1º integrante da delegação brasileira para Gaza é deportado de Israel
Professor radicado no Brasil há mais de dez anos, Nicolas Calabrese foi enviado à Turquia. Luizianne Lins é parte da delegação
Nicolas Calabrese é o primeiro integrante da delegação brasileira detido em Israel a ser deportado do país após participar da Global Sumud Flotilla. Professor de Educação Física, o integrante da embarcação foi deportado para a Turquia e o consulado italiano em Israel arcou com os custos da passagem, segundo informações divulgadas por grupos de apoio aos ativistas.
Ainda não há informações sobre o retorno de Calabrese ao Brasil. O ativista estava entre os deportados na condição de cidadão italiano. Militante do Psol, ele possui cidadania argentina e italiana, vive no Brasil há mais de dez anos e é educador popular da Rede Emancipa no Rio de Janeiro.
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A organização Adalah, responsável pela assistência jurídica aos integrantes da flotilha, informou que não recebeu nenhuma comunicação oficial das autoridades israelenses sobre deportações iminentes.
No entanto, confirmou a partida de um avião turco coordenado pela Embaixada da Turquia em Tel Aviv, que levou 137 ativistas de diferentes nacionalidades, incluindo cidadãos da Turquia, Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Kuwait, Argélia, Tunísia, Marrocos, Mauritânia, Líbia, Jordânia, Suíça, Bahrein e Malásia.
A delegação brasileira detida pelas forças armadas de Israel inclui a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e outras 14 pessoas receberam assistência de diplomatas da Embaixada do Brasil em Israel e de outros países nesta sexta-feira, 3, dois dias após a intercepção pelas forças armadas.
Os brasileiros estão localizados no centro de detenção de Ketziot (Ktzi'ot), no deserto de Neguev, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Egito. Em nota à imprensa, a Global Sumud Flotilla, que aponta a ausência de informações oficiais, dificultando o acompanhamento jurídico dos ativistas.
A Adalah classificou a conduta israelense como uma estratégia para “dificultar ao máximo os trabalhos de defesa” e para manter sob sigilo o tratamento dado aos detidos. Até o momento, quatro brasileiros estão fazendo greve de fome contra o governo israelense. São eles: Ariadne Telles, Bruno Gilga, João Aguiar e Thiago Ávila.