PDT e PSDB querem formar frente de oposição ao PT nos municípios do Ceará

Siglas começam a trabalhar para ou apresentar pré-candidatos ou decidir quem, de outro partidos, devem apoiar em 2024

Em processo de reconstrução no Ceará, o PDT trabalha para atrair pré-candidatos para lançar a prefeito, vice ou para vereador nas próximas eleições. A intenção é que a sigla dê uma guinada, deixando de vez o governismo para integrar uma frente de “oposição”, como avalia o presidente municipal do partido em Fortaleza, o ex-prefeito Roberto Cláudio. Segundo ele, não há espaço para todas as siglas que compõem o arco de aliança do governo de Elmano de Freitas (PT) seguirem unidas em disputas locais.

Ele demonstrou surpresa pelo número de interessados em ingressar no partido e ressaltou o perfil de questionamento da “hegemonia”, ao se referir às legendas que integram a base governista no Estado.

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“Tem muitas novidades boas vindo aí, filiações novas, muitas pré-candidaturas, muito mais do que a gente mesmo imaginou no começo, pelo PDT. E o principal é um sentimento que esse tipo de hegemonia, com todo mundo dentro do governo, ela não consegue se expressar na política local”, disse ao O POVO.

Desde a eleição de 2022, o ex-gestor tem sido uma das lideranças que desejava que a sigla seguisse na oposição à gestão de Elmano e trabalhasse para a reeleição de José Sarto (PDT) em Fortaleza. RC teceu críticas à organização política que vem sendo construída pelo PT, que soma siglas como MDB, PSB, Republicanos e PSD ao seu lado.

“Muita gente que está inconformada com esse poder autoritário e excessivo do governo está procurando no PDT como caminho de independência, ou dizer, ser uma oposição mais qualificada. A gente tá muito feliz com quem que tem visto, mas não queria antecipar por enquanto”, ressaltou ainda.

Ele integra a comissão do PDT formada para avaliar a situação da sigla nos municípios e rever comissões provisórias, além de trabalhar para atrair novos nomes, após a sangria do racha interno e iminente saída de vereadores e prefeitos ligados ao senador Cid Gomes, com filiação no PSB marcada para fevereiro. Além do ex-prefeito, integram o grupo o deputado federal André Figueiredo e os deputados estaduais Cláudio Pinho, Queiroz Filho e Antonio Henrique.

Para RC, apesar do perfil dos recém-chegados, é possível que siglas da base possam se aliar ao PDT a depender da dinâmica dos municípios. Perguntado especificamente sobre a possibilidade de seguir junto com o PT, ele foi evasivo.

“É natural que algum debate local se sobreponha às questões estaduais ou nacionais. Haverá muita aliança do PDT com muitos partidos que não necessariamente, estadualmente, estão conosco. É possível, a gente conversou sobre alguns cenários, em que há possibilidade do PDT está com vários partidos que hoje compõem a oposição ao governo do estado e partidos inclusive da base do Governo do Estado”, afirmou.

PSDB quer rumar junto do PDT no “maior número de municípios”

Élcio Batista, vice-prefeito de Fortaleza e presidente estadual do PSDB, segue no mesmo caminho ao afirmar que o PDT é aliado de primeira hora e que a sigla vai se aliar a projetos “liderados por partidos que estão numa frente de oposição ao governo do Estado”.

“Estamos trabalhando para que o PSDB primeiro tenha a presença nos municípios de todo o estado do Ceará. Segundo, a constituição de alianças em alguns lugares. A aliança é com um projeto liderado pelo PSDB, em outros o PSDB vai apoiar projetos liderados pelo PDT, principalmente essa parceria a gente quer no ela no maior número de municípios, como temos aqui em Fortaleza”, afirmou ao O POVO.

O gestor definiu as prioridades e deu indícios de como deve ficar a composição nos grandes colégios eleitorais do Ceará.

Em Juazeiro do Norte, Gledson Bezerra (Podemos) tentará a reeleição e deve ter tucanos apoiando a candidatura. Mesmo o Podemos na base do governo, o Município terá uma candidatura petista, sendo o nome mais cotado o do deputado estadual Fernando Santana, tido como “plano A” da sigla. O MDB confirmou Davi de Raimundão como pré-candidato.

Em Itapipoca, PSDB irá lançar o ex-prefeito do município, João Barroso, com o apoio, segundo Élcio, do União Brasil. “Então em vários municípios, nós teremos aliados ao projeto PSDB, em outros o PSDB vai se aliar a projetos liderados por partidos que estão numa frente de oposição ao Governo do Estado preferencialmente. Nossa aliança é com o PDT. Vai ter algum município específico que vai investir mais forte do que outros”, disse ainda.

Em Caucaia, já está posto o nome da deputada estadual Emília Pessoa. No Crato, é Lucas Brasil. Em Massapê, o investimento será do secretário de Esporte e Lazer de Fortaleza, Osires Pontes. "Massapê para nós é muito estratégico porque o PSDB tem uma história com a cidade de Massapê, estamos dialogando sobre o Maracanaú, estamos dialogando na Região Metropolitana e outros municípios como Beberibe".

Élcio afirmou que deve procurar em breve o prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves (PL) para debater sobre o Município. Lá, Acilon não pode se candidatar e está em limbo partidário após deixar a presidência do PL e afirmar que irá tentar uma vaga na Câmara Municipal de Fortaleza.

“Estamos conversando também com o PDT sobre Sobral especificamente”, disse ainda. No município, Ivo Gomes (PDT) não pode se candidatar. Ele deve deixar o partido em breve junto com seu irmão Cid.

“Para que o PSDB possa ter presença em todos os municípios tanto do ponto de vista é de apresentar um projeto para um Executivo municipal, mas também claro para formar bases parlamentares”, ressaltou.

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