Ronivaldo se diz arrependido ao PT; vítima faz tratamento psicológico

O POVO teve acesso a relatório produzido pela comissão paritária que cuida do caso Ronivaldo, aprovado nessa terça-feira, 15, pelo diretório estadual

O vereador de Fortaleza licenciado Ronivaldo Maia se disse arrependido a companheiros de PT destacados para colher seu depoimento ainda quando estava na penitenciária Irmã Imelda Lima Pontes, em Aquiraz. O parlamentar foi preso em novembro do ano passado por acelar um automóvel com uma mulher presa ou agarrada ao limpador do parabrisa. A vítima foi arrastada por uma distância equivalente a de três casas. A ação configurou tentativa de feminicídio

O diretório estadual da legenda decidiu nessa terça-feira, 15, abrir processo disciplinar para decidir sobre a expulsão ou não dele do PT. Os trabalhos da comissão de ética podem ocorrer em 60 dias, estendendo-se por mais 30. A orientação, entretanto, é de que o caso seja encerrado em 30 dias. Em reunião, todos acataram relatório da comissão paritária instaurada para cuidar inicialmente do caso. O POVO teve acesso ao relatório produzido pelo grupo, finalizado em 31 de janeiro.

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Nele, há breve relato do que foi o depoimento de Ronivaldo aos membros da comissão do PT, ocorrido em 27 de janeiro. Ele diz que, após a mulher se negar a sair do veículo por diversas vezes, removeu-a do carro contra a vontade dela. No momento em que partiu, não havia percebido que ela ainda estava agarrada aos limpadores. 

 

"(...) tão logo percebeu que ela havia caído, parou o carro e poucos minutos depois voltou à residência da vítima para ver como ela estava e para conduzi-la ao hospital. No final disse que se arrependia do ato praticado e que confiava na avaliação da comissão, no partido e em sua direção", diz o relatório com base no depoimento do vereador.

Há uma contradição entre a fala do parlamentar, que diz ter ido à casa da mulher prestar ajuda, e o relato da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Em 29 de novembro, data em que Ronivaldo foi preso, a pasta afirmou em nota que ele foi localizado pela Polícia Militar do Ceará (PMCE) num posto de combustível, no bairro Granja Portugal, nas proximidades de onde a vítima foi ferida. 

 

Ronivaldo não negou ser autor do fato que pode resultar em infração ética, conforme o relatório. Nesta fase, não cabe à comissão analisar o que Ronivaldo quis com o ato ou se alguma circunstância pode atenuar a intensidade da punição que deve ser aplicada a ele. São atribuições da comissão de ética, "que deverá observar o contraditório, a ampla defesa e todas as garantias do inquerido".

A mulher de 36 anos vítima de Ronivaldo prestou depoimento à comissão petista em 18 de janeiro. Segundo o relatório, ainda abalada emocionalmente, ela afirmou que está "em tratamento médico, psicológico e fisioterápico."

 

"Importa apontar de seu relato não restarem dúvidas quanto a ocorrência de dois atos de violência. O primeiro no momento em que, após se negar a sair do veículo a pedido do inquerido por algumas vezes, teria sido arrancada do carro pelo mesmo a ponto de cair no chão", relata. O segundo momento é o da arrancada do automóvel. 

"Perguntada sobre a intenção do acusado, não soube responder, acredita que foi um ato impensado fruto do calor da emoção e que tudo ocorreu muito rapidamente. Disse ainda que não foi ela quem chamou a polícia e nem foi quem prestou queixa contra o acusado. No entanto, entende ser uma ação penal incondicionada, que não depende da manifestação do ofendido", consta ainda no documento.

 

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