IA: vítimas denunciaram crime após identificar nudes falsos feitos por homem em Fortaleza
Suspeito publicava material em site de conteúdo adulto. Após as provas coletadas do crime, ele foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE)
As oito vítimas que tiveram fotos e vídeos íntimos falsos denunciaram o crime após identificar imagens em um site de conteúdo adulto em Fortaleza. O material foi produzido por um homem, de 27 anos, com uso de inteligência artificial, que publicou o material em uma plataforma online.
O suspeito foi indiciado pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) após as denúncias das vítimas e demais coleta de provas das ações criminosas envolvendo registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de sexo, nudez ou pornografia com montagem ou adulteração.
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Conforme as investigações, o homem criou um perfil na plataforma e administrava a publicação de conteúdo. O suspeito criava o material a partir de fotografias reais de mulheres, coletadas em perfis públicos nas redes sociais, entre elas o TikTok e Instagram.
No entanto, sem o conhecimento e permissão das vítimas. Nas montagens, as roupas das vítimas eram digitalmente removidas, simulando nudez e os rostos das mulheres eram inseridos em vídeos pornográficos por meio de uso de inteligência artificial, com uso da técnica de “deepfake”.
De acordo com a delegada adjunta da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), Tatiana Leitão, as vítimas procuraram a delegacia informando que uma amiga tinha encontrado em um site eh adulto com fotos delas.
“Fotos que elas tinham publicado em redes sociais, como o Instagram e TikTok e que essas fotos estavam nesse site de conteúdo adulto. Entretanto, elas estavam nuas, mas as postagens que elas tinham feito, elas estavam vestidas”, informou a delegada, que também revelou que as vítimas também apontaram um suspeito.
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Na denúncia, uma das mulheres disse que reconheceu o homem que era conhecido no bairro em que mora e que era conhecido em comum dela e de outras vítimas dos crimes. Ele foi identificado no perfil da plataforma que tinha os materiais criminosos a partir de um vídeo dele fazendo atos obscenos.
“Não aparecia o rosto, mas apareciam algumas características que levaram essas essas vítimas a identificá-lo, que era uma tatuagem e uma marca que ele possuía. Bem como o ambiente onde ele se encontrava, que era supostamente a residência dele e que algumas vítimas conheciam”, disse a delegada do DRCC.
A investigação, que culminou a partir das denúncias das vítimas, revelou que o suspeito também seguia uma das oito mulheres nas redes sociais. Por residir no mesmo bairro, algumas das vítimas conheciam o homem.
Após a constatação, uma pessoa em comum entre o criminoso e as vítimas confrontou o suspeito, excluiu o perfil na plataforma e fugiu para o interior do Estado. A investigação localizou o suspeito, que confessou as ações criminosas relatando vício em pornografia. Por não haver flagrante, o suspeito não foi preso.
O homem foi indiciado pelos crimes previstos no Códdigo Penal Brasileiro em relação ao registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de sexo, nudez ou pornografia com montagem ou adulteração.
Com o indiciamento e o inquérito concluído, a Polícia Civil informou que o caso será encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público do Ceará (MPCE) para que sejam realizados os procedimentos judiciais.
Saiba como denunciar
Em caso de crimes dessa natureza, assim como outras ocorrências criminosas, a delegada do DRCC, Tatiana Leitão, afirma a importância do registro do Boletim de Ocorrência (BO).
As vítimas dos crimes podem procurar qualquer delegacia. No entanto, para melhor atendimento para esse tipo de crime, a orientação é que os casos sejam levados para as especializadas, como a DRCC ou a Delegacia da Mulher.
A delegada adjunto relata a importância de levar todo tipo de evidências que leve para a ação criminosa que é denunciada. “Evidências digitais a respeito do fato, ou seja, captura de tela, conversas que que possam ter ocorrido nas redes sociais, e-mails, áudios, tudo que puder contribuir para investigação”, disse.
Ainda segundo Tatiana, caso a vítima tenha testemunhas, elas também devem ser informadas. No entanto, caso as vítimas não tenham nenhuma dessas informações, isso não impede a realização do BO. “É extremamente necessário que seja feito esse boletim de ocorrência o mais rápido possível”, pontua.
Veja onde denunciar os crimes cibernéticos e sexuais no Ceará
Delegacia de Defesa da Mulher – Fortaleza (Casa da Mulher Brasileira)
Onde: Rua Tabuleiro do Norte com Rua Teles de Sousa, bairro Couto Fernandes, em Fortaleza
Contato: (85) 3108 2950 / 3108 2955
Atendimento: 24 horas
2ª Delegacia de Defesa da Mulher – Papicu
Onde: rua Valdetário Mota, 970 – Papicu – Fortaleza/CE
Contato: (85) 3108 2950
Atendimento: Segunda a sexta, das 8 às 17 horas
Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa)
Onde: Rua Capitão Melo, 3883 – São João do Tauape – Fortaleza/CE
Contato: (85) 3101 7589
Atendimento: Segunda a sexta, das 8 às 18 horas
Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC)
Onde: Avenida Oswaldo Studart, 585 – Fátima, Fortaleza
Contato: (85) 3101 7586
Atendimento: 8 às 18 horas
Delegacia de Defesa da Mulher – Caucaia
Onde: Rua Porcina Leite, 113 – Parque Soledade
Contato: (85) 3101 7926 / 3101 7927
Horário: Segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas
Delegacia de Defesa da Mulher – Crato
Onde: Rua Dom Quintino, 704 – Centro
Contato: (88) 3102 1250
Horário: Segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas
Delegacia de Defesa da Mulher – Icó
Onde: Rua Padre José Alves de Macedo, 963 – Cidade Nova – Icó/CE
Contato: (88) 3561 5551
Atendimento: Segunda a sexta, das 8 às 18 horas
Delegacia de Defesa da Mulher – Iguatu
Onde: Avenida Monsenhor Coelho – Bairro São Sebastião – Iguatu/CE
Contato: (88) 3581 9454
Atendimento: Segunda a sexta, das 8 às 18 horas