Enfermeira levou 34 facadas e enviou mensagem de ‘SOS’ para amiga antes de ser morta pelo ex
Crime aconteceu no dia 9 de julho, dentro da residência da vítima, no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza, após o réu não aceitar o fim do relacionamento. O suspeito foi denunciado pelo crime de feminicídio pelo Ministério Público do Ceará (MPCE)
A enfermeira Clarissa Costa Mendes, 31, foi atingida com 34 facadas pelo ex-namorado, o técnico em gestão ambiental Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, de 26 anos. O crime aconteceu no dia 9 de julho, dentro da residência da vítima, no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza.
O suspeito foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pelo crime de feminicídio contra a mulher. O documento, ao qual O POVO teve acesso, revelou que a enfermeira chegou a enviar uma mensagem de ‘SOS’ para uma amiga, que acreditou que o assunto seria relacionado a uma reunião virtual que ambas tinham participado.
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Na denúncia, o órgão revelou que o casal tinha um relacionamento de cerca de dois anos e teria sido marcado por ciúmes por parte do réu com a vítima. Algumas pessoas próximas à Clarissa haviam reconhecido sinais de que se tratava de um relacionamento abusivo e possessivo.
Além disso, perceberam uma mudança de comportamento da vítima, que se tornou mais fechada e introvertida. O documento do MP revela que, recentemente, em junho de 2025, a vítima havia confidenciado a duas amigas que pretendia terminar o relacionamento com Matheus.
No dia do crime, a vítima chegou em casa acompanhada do ex e teria manifestado a ele a vontade de pôr fim ao relacionamento. A partir disso, o técnico ambiental passou a agredir fisicamente a vítima, bem como surpreendeu a enfermeira em posse de uma faca e desferiu diversos golpes contra ela, principalmente na região do pescoço.
Os vizinhos da vítima informaram que chegaram a ouvir Clarissa chorando, pedindo por socorro e dizendo: “Me solta, vai me matar”. O caso aconteceu por volta das 15 horas. Após cometer o feminicídio, o réu trancou a casa e saiu fugindo. Ele foi capturado na noite do mesmo dia pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE). O réu segue preso.
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No local do crime, a mãe da vítima informou que sentiu falta da faca que guardava na geladeira – que foi usada contra Clarissa. Ela também sentiu falta de uma toalha que o réu costumava deixar na casa da vítima. Também se constatou que o banheiro estava sujo de sangue.
O MP considerou que Matheus “tomou banho antes de fugir, saiu trancando a porta e levou consigo a faca utilizada no crime, bem como uma toalha que era de seu uso pessoal”. Alguns vizinhos da vítima que haviam escutado os gritos de Clarissa foram à frente da casa chamar por ela, porém não tiveram retorno.
Segundo a denúncia do órgão ministerial, por volta das 16 horas, um irmão do réu foi ao local do crime devolver a chave que Matheus tinha levado. Ao chegar no local, foi possível que os vizinhos entrassem na casa, onde constataram o óbito da enfermeira.
Vítima teria sido espancada pelo ex antes de ser morta
O laudo cadavérico constatou que a enfermeira foi atingida por 34 golpes de faca em diversas regiões do corpo. Além disso, foram identificados “sinais de que a vítima também foi espancada antes de sua morte”.
De acordo com o MP, o denunciado, de forma livre e consciente praticou o crime de feminicídio consumado, incidindo as causas de aumento de pena em razão da utilização de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima/surpresa.
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Ainda segundo o órgão, a motivação do crime é considerada torpe, resultante da insatisfação do réu com o fim do relacionamento. A promotoria afirma que a motivação revela uma dinâmica de controle e submissão dentro de relações abusivas.
Na denúncia, o MP solicitou à Justiça que a Pefoce envie o laudo do cartão de memória de um circuito de câmeras de segurança e que a Polícia Civil remeta um relatório técnico da análise do aparelho celular da vítima. A enfermeira atuava no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e era querida por amigos e familiares.
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