Segunda Guerra Mundial: avenida Beira Mar sedia homenagem aos 80 anos da rendição dos nazistas

Segunda Guerra Mundial: avenida Beira Mar sedia homenagem aos 80 anos da rendição dos nazistas

Complexo Mareiro da avenida Beira Mar, em Fortaleza, comemorará o chamado "Dia da Vitória" nesta quinta-feira, 8, às 8 horas. Relembre período histórico que marcou o Ceará

Complexo Mareiro da avenida Beira Mar, no bairro Meireles, em Fortaleza, comemorará os 80 anos do chamado "Dia da Vitória" nesta quinta-feira, 8, às 8 horas. A data faz referência à rendição dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, que ocorreu de 1939 a 1945.

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A 10ª Região Militar (10ª RM) será responsável pela condução da cerimônia.

Na ocasião, ocorrerá o hasteamento da Bandeira Nacional do Brasil, premiação de concurso literário e homenagem a ex-combatentes, que deverá contar com a participação de guarnições da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, além da presença de autoridades e do público em geral.

Segundo o Exército, a atividade faz parte da série de eventos comemorativos dos êxitos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, durante a Guerra.

Em 1944, o País enviou 25 mil soldados, apelidados de "pracinhas", para a nação italiana — incluindo 356 cearenses. Eles se juntaram aos aliados na luta contra os territórios do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), e contribuíram de forma significativa para a conquista alcançada em 8 de maio de 1945.

Como o Ceará viveu a Segunda Guerra Mundial?

Getúlio Vargas, presidente da época, declarou, em 31 de agosto de 1942, a entrada oficial do Brasil na guerra contra o Eixo. No País inteiro, homens se voluntariaram ou foram compulsoriamente convocados para a batalha.

Os pré-requisitos eram: pesar mais de 60 quilos (kg), ter altura mínima de 1,60 metro e ter pelo menos 26 dentes na boca. 

Em Fortaleza, os pracinhas treinaram no 23º Batalhão de Caçadores, localizada na avenida 13 de Maio, 1589. Após o treinamento, os soldados cearenses embarcavam para o Rio de Janeiro e, mais tarde, para a Itália. O primeiro escalão chegou em território italiano no dia 16 de julho de 1944.

No total, 21 submarinos da Alemanha e dois da Itália afundaram 36 navios do Brasil, resultando em 1.691 náufragos e 1.074 mortos. Alguns incidentes aconteceram na atual área do Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, que já tinha movimentação portuária.

Consequentemente, a reação dos moradores foi intensa. Dessa forma, celebraram missas pelos mortos, no dia 16 de agosto de 1942, na Igreja do Patrocínio e na Praça José de Alencar.

No dia 18 de agosto, foram às ruas exigir a entrada do Brasil na guerra e protestar contra os simpatizantes do nazismo.

Aos montes, marcharam pelo Centro da Capital e começaram a atacar, depredar e saquear as lojas de estrangeiros alemães, italianos e japoneses, que já viviam há anos na Capital. Esse momento histórico ficou conhecido como "quebra-quebra de 1942".

Saiba os lugares que têm relação com a Segunda Guerra Mundial no Ceará

  • Campus do Pici

Antigamente, no complexo esportivo do campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC) localizava-se uma base militar estadunidense. O dirigível da U.S. Navy utilizado para patrulhar o litoral estacionava no local.

  • Avenida Sargento Hermínio

Hermínio Aurélio Sampaio é um dos cearenses que foi para o campo de batalha. O sargento morreu na Batalha de Monte Castelo, sendo homenageado no nome da avenida do bairro Ellery, posteriormente. 

  • Bairro Monte Castelo

O bairro Monte Castelo recebeu o nome em alusão à Batalha de Monte Castello, um município italiano. A luta durou três meses e, assim como em Montese, também foi vencida pelas forças brasileiras.

  • Bairro Montese

O bairro Montese recebeu o nome em alusão à Batalha de Montese. A FEB lutou entre os dias 14 e 17 de abril de 1945 para libertar o município italiano do controle do Eixo, obtendo vitória na conclusão.

  • Antigo Jardim Japonês

O atual Mercado São Sebastião estava localizado o Jardim Japonês, construído por Jusaku Fujita. Ele estava entre as 12 lojas e residências destruídas pelo quebra-quebra de 1942.

  • Obelisco da Vitória

Construído na Praça Clóvis Beviláqua, o Obelisco da Vitória foi idealizado em 1942 e inaugurado em 1943. O monumento homenageia os combatentes da Força, que entraram em campos de batalha no ano seguinte.

  • 23º Batalhão de Caçadores

Os "pracinhas" selecionados para ir ao combate treinavam no 23º Batalhão de Caçadores, na avenida 13 de Maio. Finalizado o treinamento, embarcavam para o Rio de Janeiro, e de lá para a Itália.

  • Avenida dos Expedicionários

Os efetivos da FEB totalizaram 25.223 entre o dia 6 de setembro de 1944 e 2 de maio de 1945. A Avenida dos Expedicionários homenageia esses soldados.

  • Estoril

O Estoril, na Praia de Iracema, recebia os soldados norte-americanos para festejar. As mulheres de Fortaleza iam para lá namorar os ianques, e ficaram conhecidas como "coca-colas".

  • Cocorote

O bairro Cocorote, atual Alto da Balança, onde localizava-se o antigo Aeroporto Pinto Martins, também era uma base militar dos Estados Unidos.

  • Jardim Japonês atual

O Jardim Japonês localizado na avenida Beira Mar foi construído em 2011 para comemorar o centenário da imigração japonesa. Assim, fez menção ao espaço anterior destruído pelos fortalezenses no quebra-quebra de 1942.

  • Porto do Pecém

Navios mercantes brasileiros foram atacados por submarinos alemães e italianos em 1942. Um dos naufrágios ocorreu onde atualmente está o Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, gerando revolta entre os cearenses.

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