Páscoa: Hospital Albert Sabin promove atividades lúdicas com crianças

Páscoa: Hospital Albert Sabin promove atividades lúdicas com crianças

A programação incluiu oficinas de pintura, lanche especial e a distribuição de coelhos de crochê. A "Páscoa Encantada" foca no cuidado humanizado

Adesivados no teto e nas paredes brancas, ovos, coelhos e cenouras anunciam a chegada da Páscoa Encantada aos pacientes e visitantes do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), em Fortaleza

Reforçando a importância do cuidado humanizado, o equipamento da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) ofertou, nesta terça-feira, 15, uma programação lúdica para atender cerca de 600 crianças internadas ou em atendimento ambulatorial no hospital.

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Durante os dois dias da ação, realizada nos dias 14 e 15 de abril, equipes do hospital promovem atividades recreativas às crianças e momentos de acolhimento com as famílias.

A programação inclui oficinas de pintura, lanche especial e a entrega de 250 “amigurumis”, bichos de pelúcia feitos a partir de uma técnica japonesa de crochê ou tricô.

A produção dos bonecos, em formato de coelhos da páscoa, foi realizada em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Ao todo, 25 internos foram selecionados para participar da atividade e se dedicaram noite e dia na confecção dos coelhos de crochês.

A pediatra e diretora geral do Hias, Fábia Linhares, reflete sobre a importância da parceria tanto para a recuperação dos internos quanto das crianças.

“Tem um outro olhar. É você colocar pessoas que estão em situação de periculosidade, de risco, para produzir alguma coisa do bem. Torná-los solidários, mudar também o foco deles. Eles ficaram super felizes, segundo os agentes prisionais que vieram, de estarem produzindo”, explica.

Aos 15 anos, Vinícios Santos conta que a rotina hospitalar teve início há 17 dias, quando precisou ser internado para tratar uma apendicite. A alta veio no dia de seu aniversário, 4 de abril, mas o retorno à unidade foi exigido após uma inflamação.

Agora, celebra mais uma data comemorativa no Hias, acreditando que o período da Páscoa, símbolo de renovação e esperança, também vai marcar sua recuperação.

“Tem que ter diversão. Querendo ou não, é uma atividade, e a pessoa fica mais feliz, mais aberta à dinâmica da Páscoa. A pessoa fica ali só naquela sala de hospital, às vezes também faz mal. Tem que ter um passeio, uma diversão”, compartilha.

Páscoa: veja imagens da ação no Hospital Albert Sabin

A longevidade das rotinas hospitalares, resultado das condições crônicas complexas das crianças atendidas na unidade, é um desafio para as famílias. A sensibilização da equipe de profissionais busca promover um atendimento mais humanizado, conforme detalha a pediatra e diretora geral do Hias, Fábia Linhares.

“São pessoas que realmente adoecem de você estar vendo todo dia só aquela situação sem maiores perspectivas. Então, é um dia diferente. É um dia para você sonhar, é um dia que realmente quebra a rotina do hospital. A gente vive promovendo isso, porque a gente acha que isso faz parte do processo de cura e de melhoria da saúde mental”, explica.

Reiterando a importância das atividades propostas pela iniciativa, pacientes atendidos pelo Centro de Especialidades do Hias também devem receber kits especiais em celebração à Páscoa, nesta quarta-feira, 16.

Os itens atendem às restrições alimentares das crianças assistidas pela unidade, que têm alergia à proteína do leite, mas também serão beneficiados pela ação.

Ludicidade e bem estar

Nos quartos e corredores, uma coelha especial convocava abraços e distribuía sorrisos aos pacientes do Hospital Infantil Albert Sabin. A fantasia, feita à mão com a dedicação de quem acredita na importância da ludicidade para a recuperação hospitalar infantil, ganhou vida na pele da psicóloga e neuropsicopedagoga, Larissa Magalhães.

À frente da iniciativa, ela revela que durante as datas comemorativas, principalmente religiosas, há uma tendência de maior sofrimento emocional para as mães e para as crianças adoecidas, já que o desejo de celebrar essas ocasiões em família tende a se acentuar.

Ações como a Páscoa Encantada buscam resgatar a infância dos pacientes e tirar o foco da internação hospitalar.

“A gente está em um hospital de perfil de doenças crônicas e de internações prolongadas; de reinternações, e a infância se perde em meio a uma doença crônica complexa. Então, a gente precisa tornar esse ambiente acolhedor, não ser assustador, tentar ressignificar da melhor forma possível. Então, essas ações promovem, porque essa criança vai lembrar que um dia veio aqui e o coelhinho da páscoa veio visitar. É uma tentativa de construir memórias afetivas em um ambiente hospitalar”, pontua.

A visita da coelha Larissa animou a pequena Ana Mayra, de 3 anos, recém-internada na unidade. A auxiliar de farmácia Ana Michellane, 31, conta que Mayra deu entrada no hospital para realizar a terceira cirurgia ligada ao tratamento do Pé Torto Congênito (PTC) e ficou feliz com a ação da Páscoa Encatada.

“Eu acho que tira essa fisionomia de que é como se fossem só doentes e anima também a criança. Ela ficou toda animada”, compartilha. 

Assim como Ana Michellane, a dona de casa Maria das Graças, 49, mãe e acompanhante de Vinícios, detalha que o dia a dia no hospital exige paciência.

O cotidiano costuma se resumir em rápidas caminhadas pelo corredor e longas horas no quarto. Para ela, as atividades lúdicas proporcionadas pela unidade ajudam a distrair os pacientes e aceleram a desospitalização.

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“Esse momento é maravilhoso, chega eu estou emocionada, porque eu nunca vi ele brincando assim com as outras crianças. Eles são criados bem isolados lá no Centro, eles são muito presos, só saem com a mãe e com o pai. Aí, eu vendo ele assim, brincando, é até emocionante. É divertido, porque é uma coisa que raramente ele fez na vida, só na escola”, revela.

A coordenadora médica do Hospital Infantil Albert Sabin, Juliana Mendes, destaca a importância do acolhimento familiar nas atividades e do envolvimento dos profissionais da instituição nas atividades para a recuperação hospitalar.

“O Hospital Infantil Albert Sabin, além de prezar a assistência, envolve a família; não só pai e mãe, mas avós. Nessa campanha da Páscoa, todos os profissionais foram envolvidos com doações e participações, nesse processo de pintura dos coelhinhos. A gente sempre envolve todo o time, mostrando que cuidar é coletivo e transforma vidas, inclusive a nossa”, ressalta.

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