13ª Caminhada Penitencial movimenta centenas de fiéis em Fortaleza

Arquidiocese de Fortaleza arrecadou alimentos não perecíveis no evento, simbolizando a caridade durante a quaresma. Andança começou no Mucuripe e culminou na Catedral

Centenas de fiéis e presbíteros peregrinaram pelas ruas de Fortaleza na manhã deste domingo, 3, marcando a 13ª edição da Caminhada Penitencial. A multidão carregou uma grande cruz durante o evento, realizado pela Arquidiocese de Fortaleza. Foram reunidos cidadãos de diferentes bairros da capital cearense, da Região Metropolitana e do Interior. 

Segundo Tiago Ribeiro, representante da Arquidiocese, houve “aumento significativo” do público em comparação ao ano passado, quando aconteceu a primeira Caminhada após uma pausa forçada pela pandemia de Covid-19.

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O trajeto da caminhada começou na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no bairro Mucuripe. De lá, os andantes percorreram as avenidas da Abolição, Historiador Raimundo Girão, Almirante Barroso, Pessoa Anta e Alberto Nepomuceno, culminando na Catedral Metropolitana, onde os sacerdotes prosseguiram com a missa.

Cátia Ferreira, de 46 anos, louvou o fato da rota não ter passado por ruas transversais, o que facilitou, segundo ela, a caminhada. Já o miraimense José Gerardo, 38, não achou cansativo, mesmo tendo levado o filho no braço.

Morador da Granja Lisboa, ele celebrou: “O Senhor teve compaixão de nós [durante a caminhada]. Não foi frio, nem muito quente. Foi ótimo”. A esposa dele, Flávia de Sousa, 43, complementa que chuva não impediria a marcha. Isso porque as pessoas foram “incentivadas” pelo arcebispo dom Gregório Paixão. “Ele lembrou que nós não somos de açúcar”, brinca ela.

Estreante na Caminhada Penitencial, a costureira Agricélia Peres, 45, levou a filha e estava junto de colegas de igreja. Composto por fiéis da Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima, no bairro Genibaú, o grupo contratou um ônibus para chegar ao Mucuripe e acompanhar a procissão.

A fortalezense pontua que participar do evento é “maravilhoso” e “muito rico”, por acionar o espírito de humildade e caridade. “Nós nos sentimos mais irmãos. Caminhamos todos juntos, com o mesmo foco, debaixo de Sol e chuva, na esperança de receber bênçãos”, compartilha. 

Para quem não pôde participar da andança pela Capital, a Arquidiocese preparou uma transmissão ao vivo da missa na Catedral. O vídeo recebeu mais de duas mil visualizações. Assista abaixo ou diretamente no YouTube.

Caridade na quaresma: Caminhada Penitencial arrecada alimentos

Tanto no ponto de partida quanto no de chegada, a organização da caminhada disponibilizou espaços para arrecadação de alimentos não perecíveis. Tiago Ribeiro explica que o montante arrecadado será distribuído para entidades com as quais a Arquidiocese colabora, como pastorais sociais.

A arrecadação simboliza a caridade necessária durante a quaresma, conforme Tiago. “A quaresma pede mais reflexão e caridade. A gente reza, mas também é solidário com quem sofre”, argumenta ele.

“Não só rezar, precisamos ajudar o mundo a ser melhor. Não só através de alimento ou dinheiro, mas até com um abraço e um sorriso. Para fazermos uma quaresma de verdade. A Caminhada é importante para as pessoas despertarem para a mudança de vida e a comunhão fraterna”, complementa.

A visão é compartilhada por fiéis que compareceram ao momento. “Fé sem caridade é morta”, assegura Cátia Ferreira. A contadora acrescenta que os fiéis “têm que fazer sua parte, o período quaresmal é sobre isso”.

“O mundo está sofrendo, com pessoas na rua. A quaresma é para que você saia do seu eu e dê algo ao outro. Se você não pegar, pelo menos, um pacote de café e doar, não adianta de nada sua quaresma. Você tem que fazer o ato concreto da caridade”, sublinha a fortalezense.

Cátia afirma valorizar a Caminhada “porque podemos adentrar o nosso eu e descobrir as falhas que precisamos melhorar, como amar o próximo, e penitenciar nosso egoísmo. O mundo está como está pelo nosso egoísmo”.

Para Maria de Fátima Silva, 42, a campanha promovida também é positiva “porque incentiva [arrecadação] em igrejas espalhadas pela cidade. E assim a gente continua dando comida para quem precisa. Hoje em dia, tem pessoas na rua que não pedem dinheiro, pedem é comida”.

A doméstica destacou ter sentido que o evento deste ano teve maior adesão de fiéis. Durante a caminhada, ela ficou “maravilhada de ver a religião católica viva, de ver que o católico persiste, é fervoroso, vem para a rua e caminha”.

"A importância [da Caminhada] é resgatar o amor de Deus no coração das pessoas. Porque o amor dele por nós não se apaga, ele não desiste da gente. É o nosso amor que esfria"

Maria de Fátima Silva, 42, doméstica

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