Programa para atender pessoas em situação de rua em Fortaleza é ampliado

Com a ampliação imediata, o projeto passa a ter a capacidade de realizar mais de 11 mil atendimentos por mês

Mais de 2.600 pessoas vivem pelas ruas da capital cearense, segundo o Censo da População de Rua de 2022. Para oferecer serviços médicos para as pessoas em situação de rua, o programa Consultório de Rua foi ampliado, conforme anúncio da Prefeitura de Fortaleza, na manhã desta quinta-feira, 26. Com início imediato, o projeto passa a ter a capacidade de realizar mais de 11 mil atendimentos por mês, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

O Consultório na Rua dispunha de uma equipe e passa a contar agora com seis equipes multidisciplinares e 11 profissionais: um médico, um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem, um psicólogo, um assistente social, um agente social, dois apoios e dois motoristas. Além disso, cada equipe terá suporte de dois veículos.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

“Eu diria que essas unidades são novos postos de saúde que o prefeito está colocando em circulação, porque elas têm o atendimento com médicos, psicólogos e assistentes sociais, fazem o diagnóstico de doenças como a tuberculose e sífilis”, diz Galeno Taumaturgo, secretário municipal da Saúde.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), acredita que o modelo de atendimento móvel é o ideal para atender a população de rua, pois eles tendem a migrar com frequência: “Hoje ela está em um local, amanhã está em outro”.

O POVO solicitou dados de quantos atendimentos eram realizados pelo programa Consultorio na Rua antes da ampliação. A matéria será atualizada caso a demanda seja respondida. 

O programa deve percorrer todas as regionais da Cidade, em especial, as áreas com maior concentração de pessoas em estado de vulnerabilidade social. Não foram informados os bairros onde os carros começam a se deslocar.

“A população de rua é a ponta da vulnerabilidade”, diz Antônio Arlindo Ferreiro, coordenador da célula cearense do Movimento População de Rua. “Quando você chega a um posto [de saúde], você já é estigmatizado. Tem aquela visão social negativa: tanto da população, quanto do próprio atendente, que não é preparado para isso.”

Além dos atendimentos médicos, os consultórios oferecem orientações sobre higiene pessoal, prevenção de doenças, entrega de preservativos, vacinação, testagem rápida para detecção de Covid-19, sífilis, HIV, hepatite B e C e teste de gravidez. Para casos relacionados à saúde mental, psicólogos atuarão na escuta qualificada e estabilização em caso de surtos, conforme a Prefeitura.

“O problema não é só a saúde [física], o Consultório de Rua, dentro das tipificações que lutamos para que fosse instituído, vai abranger muito mais: o social, o psicológico, a parte emocional”, continua o coordenador, que viveu cerca de 20 anos pelas ruas do País.

“Se você não tiver uma equipe multifuncional que compreenda, seja antenada e que se identifique com essa população, não vai adiantar”, completa Arlindo.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Pessoas em situação de rua saúde pública Consultório na Rua Prefeitura de Fortaleza

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar