Levantamento aponta cruzamentos mais perigosos de Fortaleza; saiba quais são

Intensificação do monitoramento e fiscalização estão entre as medidas adotadas pela Autarquia Municipal de Trânsito para diminuir sinistros

Quem trafega pelas ruas de Fortaleza provavelmente já se deu conta de que a cidade passou por diversas readequações no trânsito, durante os últimos anos. Mesmo com bons resultados, como a queda no número de mortes pelo sétimo ano seguido, nem todos os problemas foram solucionados.

Um levantamento realizado pela Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza (AMC) apontou os três cruzamentos mais perigosos da Capital, sendo eles: o da avenida Bezerra de Menezes com avenida José Jatahy, no bairro Farias Brito; o cruzamento da rua Meton de Alencar com a avenida Imperador, no Centro; além do encontro da rua João Carvalho com a rua Dr. José Lourenço, no bairro Aldeota.

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De acordo com o gerente de educação para o trânsito da AMC, André Luís Barcelos, o ranking dos cruzamentos mais perigosos é feito a partir de um método utilizado em todo o mundo. "Para encontrar os pontos mais críticos, se utiliza uma fórmula matemática, onde cada sinistro é classificado de acordo com sua gravidade. Além disso, também é levado em conta o fluxo veicular do local", explica.

Os dados de 2021 da AMC apontam que a maioria dos sinistros graves ocorre durante a noite e a madrugada. "O perfil dos acidentes nesses cruzamentos segue o mesmo perfil que observamos no restante da Cidade. Primeiro são as motos, depois pedestres e ciclistas e, por fim, os usuários de veículos automotores", destaca o gerente de educação.

Ainda de acordo com Barcelos, se há um sinistro grave em uma região que possui um grande fluxo de veículos, a avaliação do ocorrido tende a receber um peso maior dentro do ranking. Avaliando os três cruzamentos classificados como os mais perigosos da Capital, é possível observar os critérios de avaliação.

"São locais que possuem diferenças. Na Bezerra com José Jatahy foram 11 sinistros, com sete casos de feridos. Na Meton com Imperador, foram sete sinistros, sendo três deles com algum ferido . Na João Carvalho com José Lourenço foram apenas quatro sinistros, mas com uma vítima fatal", relata.

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Mesmo com poucos acidentes, o cruzamento da rua João Carvalho com rua Dr. José Lourenço ocupa o terceiro lugar do ranking, por um de seus acidentes ter causado uma morte, o que aumenta a atenção dos agentes da AMC com o local.

"O que chama a atenção é o desrespeito à sinalização nessas áreas. Durante um ano, já tiveram várias intervenções, como melhorias na sinalização e adequação de velocidade, vamos intensificar o monitoramento e a fiscalização para que possamos evitar a questão do fator humano (como desobdecer a sinalização)", afirma.

Desrespeito à sinalização é uma constante no cruzamento da Av. Bezerra de Menezes com Avenida José Jatahy

O POVO esteve no cruzamento classificado como o mais perigoso da Capital, durante as primeiras horas da tarde, nesta quarta-feira, 11. No local, foi possível observar o constante desrespeito à sinalização, principalmente, por parte de ciclistas e pedestres, que cruzavam as vias em locais inadequados.

O desrespeito à sinalização no local é um dos problemas já identificados pela AMC, na avaliação de Barcelos, este fator se torna ainda mais perigoso na região, já que há uma grande variedade de modais.

"O local já possui ações por parte da AMC, as duas vias possuem redução de velocidade. Na área, há um fluxo de vários modais, ali temos um grande fluxo de ônibus, caminhões e motos. O que chama a atenção neste ponto são as ações de conversões irregulares. Esse comportamento cria um risco ainda maior por se tratar de uma via muito movimentada".

Quem passa pelo cruzamento concorda que é preciso atenção ao trafegar pelo local e cobra mais consciência de motociclistas e motoristas.

"O que torna esse cruzamento mais perigoso é a irresponsabilidade dos motoristas. Já vi motoristas de caminhão vindo pela José Jatahy e entrando na contramão, assim como motoqueiros. Não acho que o problema seja o cruzamento, mas o comportamento das pessoas", opina Nonato Neves, 51, que diariamente passa pelo local para levar sua neta à escola.

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Já Alberto Magno, 40, que trabalha realizando entregas em uma moto, destaca que é preciso atenção ao passar pelas avenidas mais movimentadas da Cidade.

"O que acontece aqui é que esse cruzamento pega duas grandes vias de acesso a Fortaleza, por ele ser tão movimentado, acaba se tornando perigoso. É importante que todo mundo tenha consciência de não fazer o que é errado", avalia.

Sobre o cruzamento que lidera o ranking, a AMC avalia que as ações educativas e de fiscalização devem gerar frutos positivos ao longo deste ano.

"É uma área que está sempre sendo monitorada e passando por intervenções de educação e fiscalização. Fortaleza está com uma política de segurança viária muito forte, esse é o sétimo ano consecutivo de redução de mortalidade. Então, tivemos várias ações muito firmes no último ano que deram resultado", finaliza.

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