Salário tem maior peso na redução da desigualdade, diz Ipea

Salário pesa mais na maior redução de desigualdade desde 1995, diz Ipea

O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou que o salário tem maior influência do que programas de transferência de renda
Atualizado às Autor Isabella Pascoal Tipo Notícia

Com a maior redução das desigualdades sociais no Brasil desde 1995, a renda do trabalho e os salários tiveram maior peso nessa decorrência do que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

Para se ter ideia, o índice de Gini — que mede a desigualdade de renda e condições de vida — caiu para 50,4 pontos, o menor valor desse período de quase 30 anos.

A conclusão do que motiva o impacto nessa retração advém de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

De acordo com o levantamento, entre 2023 e 2024, o último biênio considerado, cerca de metade da redução de 1,2 ponto no Gini ainda se deve ao mercado de trabalho.

Já o impacto das transferências assistenciais foi significativamente menor, respondendo por apenas 0,2 ponto da queda (16%), atrás até dos benefícios previdenciários, que contribuíram com 0,3 ponto (22%).

Quanto menor for o índice de Gini, melhor: ele indica uma distribuição de renda mais equilibrada, numa escala que vai de 0 a 100.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os indicadores sociais e econômicos tendem a avançar no próximo ano, impulsionados por medidas que entrarão em vigor.

Entre elas está a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais e a redução das alíquotas para rendimentos de até R$ 7,3 mil.

Vale lembrar que os dados analisados não contemplam o ano de 2025.

Riqueza redistribuída entre a população

Outro resultado do estudo revela que a riqueza gerada no País está sendo distribuída de maneira mais igualitária.

Nos últimos anos, a renda média das famílias — juntando todas as fontes de ganho — cresceu quase no mesmo ritmo que o PIB.

Esta análise foi feita com base na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C).

Conforme a pesquisa, a renda das famílias voltou a crescer e teve, entre 2021 e 2024, o maior aumento do poder de compra dos brasileiros desde o Plano Real: mais de 25% no período, equivalendo a 7,8% ao ano.

Em 2024, a renda média atingiu o maior nível já registrado — R$ 2.015 por pessoa, considerando valores corrigidos para os preços médios daquele ano.

“A recuperação da renda média nos últimos anos acompanhou a do PIB per capita, que voltou a crescer mais no Brasil do que no resto do mundo em 2022, 2023 e 2024, o que não ocorria desde 2013”, diz trecho do estudo do Ipea.

Como o próprio IBGE e instituições como o Dieese já apontaram, os reajustes do salário mínimo acabam influenciando também os demais salários do mercado.

Por isso, uma possível hipótese — que não é tratada pelo estudo do Ipea — é que o salário mínimo, ao incorporar o crescimento do PIB, ajuda a distribuir melhor os ganhos ao longo de toda a cadeia de salários e rendimentos no País.

Governo reduz projeção do salário mínimo de 2026 para R$ 1.627

 

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