Artigos de vestuário terão aumento de 10% após reajuste na conta de luz, estima sindicato no Ceará

O aumento aprovado pela Aneel e adotado pela Enel é de em média, 24,85% nas contas de luz, porém, com o fim da bandeira escassez hídrica, o aumento percebido deve ser de 5% a mais do valor pago nos últimos meses.

O Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas no Estado do Ceará (Sindconfecções) projeta aumento nos preços dos produtos de vestuários, entre roupas e calçados, na casa dos 10% ao consumidor final. Alta ocorrerá em decorrência do reajuste na conta de luz dos consumidores cearenses aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e implementado pela distribuidora de energia do Estado, Enel, nesta sexta-feira, 22 de abril, gerando uma reação em cadeia. 

Em entrevista exclusiva ao O POVO, Daniel Gomes, presidente do Sindconfecções, afirma que o setor está "estarrecido" com o encarecimento. "Estamos vivendo um momento tão difícil, com pós-pandemia, guerra no mundo, inflação generalizada. Tínhamos a esperança de que com melhores chuvas teríamos redução nos custos com energia, não estávamos preparados para um aumento dessa magnitude”, complementa. 

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O aumento aprovado pela Aneel e adotado pela Enel é de, em média, 24,85% nas contas de luz, porém, com o fim da bandeira escassez hídrica, suspensa no dia 16 de abril, que implementava taxa extra de R$ 14,2 por cada 100 quilowatts consumido por hora, essa elevação será sentida em menor escala. Na prática, para cada consumidor, o aumento percebido deve ser de 5% a mais do valor pago nos últimos meses. 

Porém, como a energia é um insumo básico de produção, toda a cadeia econômica sofrerá com encarecimento que irá se acumular até chegar ao bolso do consumidor final. “Nos preocupa muito esse aumento, é um valor exorbitante, tão difícil de ser absorvido pelas empresas e de ser repassado ao consumidor. Estamos em meio à nossa luta para uma retomada, na luta para retomar todos os postos de trabalho perdidos, recuperar o faturamento, voltar a criar emprego”, pontua Daniel. 

O presidente do Sindconfecções pontua ainda que o setor têxtil, calçadista e de vestuário do Ceará não irá aceitar passivamente o aumento e pontua que computa "recorrentes problemas com relação ao fornecimento de energia", o que aumenta a insatisfação com o encarecimento da conta de luz. 

“Isso atrapalha muito a indústria, muitos setores mal estão pagando suas contas, com certeza esse aumento, no atual cenário, irá inviabilizar muitos negócios. Com aumento de custos, o investimento se torna menor, e o consumidor, que já perdeu também seu poder de compra com inflação, vai se afastar ainda mais. Com menos compras e aumento das despesas, fica difícil manter os empregos”, complementa. 

Daniel acrescenta ainda que o setor está acompanhando as movimentações dos demais sindicatos e associações empresariais e que não medirá esforços para "sensibilizar os órgãos públicos e entidades competentes para essa situação". O sindicato não descarta a judicialização da questão e afirma que na próxima semana enviará uma nota de repúdio ao amento na conta de luz para Assembleia Legislativa do Ceará. 

Resposta da Enel

Procurada pelo O POVO, a Enel Distribuição Ceará afirma que até esta sexta-feira, 22 de abril, não foi notificada judicialmente sobre o reajuste tarifário implementado após análise e aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

"A companhia está aberta para o diálogo com todas as entidades", pontua a companhia em nota ao O POVO. A empresa revela ainda estar em conversa com os sindicatos para agendamento de reuniões individuais para que os devidos esclarecimentos solicitados possam ser revelados para cada empresa. 

"A empresa esclarece também que as tarifas são definidas pela Aneel com base em leis e regulamentos federais e contêm custos que não são de responsabilidade da Enel como: impostos, encargos setoriais, custos de geração e transmissão de energia. Estes valores são arrecadados pela distribuidora e repassados às empresas de geração, transmissão e ao governos federal e estadual (ICMS)", acrescenta a empresa. 

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