Alta na conta de luz fará pão ficar até 10% mais caro no Ceará, com kg chegando a R$ 21,50

Sindicato teme baixa no consumo e aumento de demissões no setor que sofre com disparada de preço do trigo que gerou elevação de 15% nos produtos ainda no começo de abril

Após alta de 15% no começo de abril em decorrência da disparada de preços do preço do trigo no mercado internacional, o pão carioquinha e demais artigos panificados terão novo aumento de 5% a 10% até o fim do mês em decorrência do reajuste nas contas de luz. Com novo acréscimo, o quilograma do pão, que já varia entre R$ 15 e R$ 20 no Ceará, deverá chegar ao patamar de R$ 21,50 ainda neste mês. 

As informações foram repassadas com exclusividade ao O POVO pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado do Ceará (Sindipan), Ângelo Nunes.

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"O impacto do reajuste é muito grande no setor de panificação, porque as padarias consomem bastante energia. Em média, a conta de luz representa entre 8% e 10% do faturamento da empresa e o setor já vinha sofrendo com altas do trigo no mercado internacional em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia", acrescenta. 

O aumento aprovado pela Aneel e adotado pela Enel é de, em média, 24,85% nas contas de luz, porém, com o fim da bandeira escassez hídrica, suspensa no dia 16 de abril, que implementava taxa extra de R$ 14,20 por cada 100 quilowatts consumido por hora, esse aumento deverá ser amortecido. Na prática, para cada consumidor, o aumento percebido deve ser de 5% a mais do valor pago nos últimos meses.

Ângelo afirma que é "impossível" as padarias e demais negócios de panificação e confeitaria não repassarem os aumentos aos consumidores.

"Nos preocupa muito que esses aumentos consecutivos gerem uma retração do consumo e com isso aumento o desemprego no setor", afirma ao destacar que o consumo já foi impactado pela última alta no preço do trigo.  

O Sindipan disse ainda que irá analisar, durante a próxima semana, os impactos na cadeia produtiva do pão e derivados do trigo no Ceará e que acompanha a movimentação de demais sindicatos e entidades empresariais que pretendem questionar judicialmente o reajuste. Ainda assim, conforme revela Ângelo, a entidade não pretende tomar nenhuma medida por conta própria para judicializar a questão. 

Resposta da Enel

Procurada pelo O POVO, a Enel Distribuição Ceará afirma que até esta sexta-feira, 22 de abril, não  foi notificada judicialmente sobre o reajuste tarifário implementado após análise e aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

"A companhia está aberta para o diálogo com todas as entidades", pontua a companhia em nota ao O POVO. A empresa revela ainda estar em conversa com os sindicatos para agendamento de reuniões individuais para que os devidos esclarecimentos solicitados possam ser revelados para cada empresa. 

"A empresa esclarece também que as tarifas são definidas pela Aneel com base em leis e regulamentos federais e contêm custos que não são de responsabilidade da Enel como: impostos, encargos setoriais, custos de geração e transmissão de energia. Estes valores são arrecadados pela distribuidora e repassados às empresas de geração, transmissão e ao governos federal e estadual (ICMS)", acrescenta a empresa. 

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