Três PMs vão a júri popular por homicídio contra empresário em Maracanaú
Crime aconteceu em dezembro de 2019 e teria sido motivado e encomendado por empresa concorrente a da família da vítima diante da concorrência na região
Três policiais militares vão a júri popular acusados de um homicídio consumado e outro tentado contra um empresário e um vendedor. O crime foi registrado em dezembro de 2019 no município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Os réus serão julgados na próxima quarta-feira, 26, no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.
Os acusados foram identificados como Eliézio Ferreira Maia Júnior, vulgo “Gago”; Gilson Valério da Silva, vulgo “subvalério”; e Lúcio Antônio de Castro Gomes, vulgo "Lução".
Leia Mais | Motorista bêbado tenta atropelar PMs e é preso após perseguição em Fortaleza
Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), à qual O POVO teve acesso, a vítima, Kleber de Brito Quirino, estava em seu local de trabalho, um frigorífico, quando foi surpreendido por um dos suspeitos denunciados.
Um funcionário do local, identificado como Marcelo Carlos Maciel, também foi alvejado, mas sobreviveu à ação criminosa.
Ainda segundo o MP, o comércio era da família de Kleber. Testemunhas ouvidas pelo órgão apontam que o crime poderia ter relação com a concorrência em seu ramo empresarial. Ligações anônimas teriam sido recebidas por testemunhas afirmando que os mandantes do crime seriam de uma empresa concorrente na região.
Denúncia do MP diz ainda que uma mulher compareceu ao Núcleo de Homicídios meses depois do crime informando que o seu companheiro, identificado como Jonathas Ferreira Lima, reconhecido como executor de Kleber, foi assassinado dias após o homicídio contra o empresário.
Ele teria ainda, antes da morte, confessado que matou Kleber em troca de dinheiro, sem destacar a motivação.
De acordo com a denúncia do MP, a moto utilizada por Jonathas tinha ligação com o denunciado Gilson Valério, o Sub-Valério. O policial chegou a negar o envolvimento na ação criminosa, mas confirmou a propriedade da motocicleta.
O órgão afirmou, diante das provas colhidas, que o crime foi supostamente encomendado por proprietários de uma empresa concorrente no ramo de frigoríficos na região. Os mandantes do crime teriam contratado os serviços no valor de R$ 250 mil para os homicídios de três pessoas da família, mas apenas um foi morto no crime.
“Tendo suporte do subtenente Gilson Valério e de Eliézio Ferreira (soldado da polícia militar), os três aliciaram Jonathas Ferreira (ex-guarda municipal) do município de Acarape/Ce para que este executasse os membros da família acima referidos. Após o delito, Jonathas Ferreira foi assassinado supostamente como queima de arquivo”, consta trecho da denúncia do MP.
Os empresários apontados como mandantes do crime foram investigados, mas não houve provas e eles não chegaram a ser denunciados. Os réus Gilson Valério, Lúcio Antônio e Elizézio Ferreira foram presos no ano de 2021. No mesmo ano, o Ministério Público do Ceará (MPCE) ofertou a denúncia e a Justiça aceitou.