Ceará deverá receber R$ 362 milhões para Saúde; Santa Casa terá abertura de 274 leitos
Recursos serão direcionados ainda para aumento de atendimento e cirurgias nos hospitais Frotinhas e Gonzaguinhas da Capital e construção de unidades hospitalares em municípios do Interior
O Ceará deverá ter investimentos de R$ 362 milhões para ações em Saúde. Uma delas será a abertura de leitos na Santa Casa da Misericórdia: 100 leitos ainda em agosto e mais 174 até o final do ano.
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Recurso foi anunciado durante encontro na manhã desta sexta-feira, 4, entre o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT) e o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT).
Entre os R$ 362 milhões repassados, cerca de R$ 50 milhões serão destinados apenas para a compra de equipamentos, a serem distribuídos pelo Ceará. O uso do restante do valor será para aquisição de profissionais, obras e custeio de unidades de saúde.
Dos 274 leitos reabertos na Santa Casa de Fortaleza, 20 serão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A unidade também deverá voltar atividades em cinco salas de cirurgias, atualmente paralisadas por falta de verba para manutenção.
Os valores repassados pelo MS para a Capital serão direcionados ainda ao aumento de atendimento nos hospitais Frotinhas e Gonzaguinhas, com impacto, segundo o Governo, na realização de 1.800 cirurgias mensais.
"Em março estivemos aqui para apoiar o plano do Prefeito Evandro para reestruturar o IJF, que já tem resultados muito positivos. [...] O segundo passo agora é apoiar a reestruturação da rede de Frotinhas e Gonzaguinhas e a reestruturação da Santa Casa", apontou Padilha.
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Ainda em Fortaleza, o hospital Nossa Senhora da Conceição deverá chegar a marca de 144 leitos até o final do ano, dos quais 78 são novos. As primeiras vagas, voltadas para maternidade e obstetrícia, serão abertas em outubro.
Assim como na Capital, a Santa Casa de Sobral deverá receber investimento do MS para aumentar seus atendimentos. Ao todo, estão previstos R$ 51,8 milhões para a unidade do norte cearense, destinados à compra de equipamentos e estruturação de serviços.
Deverá haver, ainda, construção e reformas de unidades hospitalares em outros municípios do Interior. Itapipoca, Crateús, e Acaraú estão na lista.
"Do investimento de R$ 360 milhões, boa parte e custeio. Isso significa que é um recurso permanente, que permanecerá para que o serviço se amplie e permaneça ampliado. Acho que essa é uma grande conquista", explica Elmano.
Outro anúncio feito pela pasta federal foi a abertura das inscrições no site do Ministério da Saúde para hospitais que desejam trocar dívidas com a União por atendimento no SUS. A medida foi anunciada no fim de junho pelo MS e visa diminuir filas de espera pelo país.
Por fim, também foi anunciada a unificação da Central de Regulação de Leitos entre as redes de atendimento da Prefeitura de Fortaleza (primário e secundário) e do Governo do Ceará (secundário e terciário).
Unificação da Central de Regulação é implementada para agilizar fila do SUS
Todas as vagas de procedimentos e cirurgias oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser mobilizadas na Unificação da Central de Regulação entre a gestão dos hospitais estaduais e municipais, a partir desta sexta-feira, 4.
Na prática, a unificação da lista de espera permite mobilizar todos os leitos do Ceará, direcionando o paciente para o hospital que tiver disponibilidade de leito ou equipe cirúrgica, independentemente de ser um hospital estadual ou municipal.
Esta ação resulta da articulação integrada e alinhada entre o governo estadual e o governo municipal. Segundo o governador e o prefeito, esta é uma medida fundamental que visa aprimorar a rapidez do atendimento ao paciente, mobilizando todos os leitos do estado para diminuir o tempo de espera por procedimentos e cirurgias.
“A regulação única é importante porque, quando nós unificamos a regulação do estado com a prefeitura, significa que aquele cidadão que está em uma fila que passa a ser única, onde tiver o leito, onde tiver a possibilidade da sua cirurgia ser feita, não vai interessar se o hospital é do estado ou da prefeitura. Ele vai ser colocado para ser atendido onde tem a possibilidade dele ser atendido”, comunicou Elmano.



O governador explicou que a medida visa beneficiar o “tempo do cidadão" e garantir “maior celeridade para que a situação dele seja efetivamente resolvida”.
“E isso também significa gestão dos leitos, gestão das nossas equipes de cirurgia para que efetivamente uma fila única seja consolidada, respeitada e o cidadão veja ele andar nessa fila e o momento em que ele possa ser efetivamente atendido”, acrescenta o governador.
De acordo com Elmano, a atuação concreta em saúde pública no Estado ocorre em Itapipoca, Sobral e Acaraú. “Isso significa que nós estamos efetivamente fortalecendo essa rede”, diz.
O prefeito de Fortaleza Evandro Leitão contextualizou que muitos pacientes estão em duas filas de regulação, uma do estado e outra do município, o que causa "sombreamentos" e lentidão no atendimento.
“Nós temos muitos sombreamentos de pacientes que estão na fila de regulação do estado, como também na fila de regulação de Fortaleza. São pacientes que estão na nas duas filas. E essa regulação única será determinante e com maior celeridade, dando uma resolutividade maior e fazendo com que esses pacientes que já foram atendidos ou que serão atendidos pela fila do município não possam estar sendo atendidos pelo estado. Nós teremos uma única fila. Isso sem sombra de dúvida dará uma celeridade bem maior do que hoje nós temos”, explica Evandro.
Com a regulação única, a fila se torna uma só, e o paciente será encaminhado para o hospital que tiver disponibilidade de leito ou equipe cirúrgica, independentemente de ser um hospital estadual ou municipal, explicou a gestão.
Santa Casa de Fortaleza suspende UTI
A Santa Casa de Fortaleza anunciou a paralisação dos atendimentos de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por falta de recursos financeiros e operacionais. A regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), por sua vez, suspendeu temporariamente a liberação de novas admissões na unidade.
De acordo com Gleydson Borges, coordenador da Comissão de Residêmcia Médica da Santa Casa, “são 270 leitos que estão praticamente parados. E o pior culminou agora, com a retirada de todos os pacientes da UTI”.
Segundo ele, os pacientes só saíram da UTI quando estavam clinicamente bem para terem alta da unidade. Este processo já dura aproxidamente 45 dias.
O Sindicato dos Médicos informou que formalizou denúncias junto ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir o pagamento dos profissionais, que está atrasado. (Colaborou Gabrielle Félix).
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Com informações de Kleber Carvalho e de Alice Barbosa
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