Denunciados por tráfico de animais silvestres faziam negociações pelo WhatsApp

Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou os suspeitos após a 12ª fase da Operação Fauna Livre que resultou no resgate de 90 aves capturadas e mantidas em cativeiro por um dos acusados

10:28 | Nov. 21, 2025

Por: Alice Barbosa
Imagem de apoio ilustrativo. Operação implicou no afastamento do titular do cartório por 180 dias, prazo que pode ser prorrogado,além da indisponibilidade bancária do cartório e do titular (foto: Divulgação/MPCE)

Seis homens acusados de tráfico de animais silvestres, associação criminosa e posse irregular de arma de fogo foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio da 97ª Promotoria de Justiça de Fortaleza.

Segundo o Ministério Público, as negociações ocorriam em grupos de WhatsApp, por meio de transferência em dinheiro. Os denunciados eram responsáveis por manter os animais em cativeiro e transportá-los até os consumidores finais.

LEIA MAIS | PM resgata 30 aves silvestres usadas em rinha e avaliadas em R$ 90 mil

A denúncia foi apresentada na terça-feira, 18, após investigação descobrir o esquema criminoso após o nome de um dos denunciados ter sido mencionado em conversas de outros traficantes de animais.

A partir dessa conversa, o MP identificou os outros suspeitos que também compravam e vendiam animais silvestres. A prática é considerada um delito grave pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).


Entre os animais comercializados irregularmente pelo grupo, estavam:

  • Jaguatiricas;
  • Macacos;
  • Tucanos;
  • Araras;
  • Papagaios.

Além desses animais, havia diversas espécies de pássaros, entre elas a jandaia, ave-símbolo do Ceará, que está ameaçada de extinção.

Conforme a 97ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, há indícios de que “o esquema criminoso possuiria ramificações em outros estados”.

Operação Fauna Livre 

Os denunciados foram presos durante a 12ª fase da Operação Fauna Livre, deflagrada pelo MPCE e pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) no dia 29 de outubro deste ano.

A Operação Fauna Livre cumpriu mandados de busca e prisão preventiva em Fortaleza, e nos municípios cearenses Maracanaú, Camocim e Bela Cruz, resultando no resgate de 90 aves capturadas e mantidas em cativeiro por um dos denunciados.

Durante a ação também foram apreendidas armas, carabinas de pressão e munições. A operação foi acompanhada por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que lavraram autos de infração.

De acordo com o MP, além do tráfico de animais silvestres, a operação revelou a prática de outros crimes associados, como receptação, falsificação de documentos e sinais públicos, maus-tratos, organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo, entre outros.

A ação fez parte da mobilização nacional denominada “Operação Libertas”, que envolveu os MPs, as Polícias Civil e Militar e os órgãos de fiscalização dos seguintes estados brasileiros:

  • Alagoas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Maranhão;
  • Mato Grosso;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Minas Gerais;
  • Paraná;
  • Rio de Janeiro;
  • Rio Grande do Sul e
  • Santa Catarina.