Depois de dois anos, Uece retoma atividades 100% presenciais

Volta é marcada pela exigência de comprovante de vacinação contra a Covid-19 desde a matrícula. Retorno de dois dos três restaurantes universitários será somente no dia 11 de abril

Mais de 18 mil estudantes e professores voltaram aos campi da Universidade Estadual do Ceará (Uece) nesta segunda-feira, 28. Depois de dois anos com atividades remotas devido à pandemia de Covid-19, a instituição iniciou o semestre letivo da graduação no último dia 7 e procedeu com três semanas de atividades híbridas, no que chamou de um período de transição.

O retorno tem sido gradativo. Em 2021, foram liberadas aulas práticas e atividades administrativas presenciais. Neste ano, a graduação volta 100% presencial, e os cursos de pós-graduação estão retomando de acordo com a realidade de cada programa, segundo informa a Uece por nota. 

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Para Joana D’arc Alves, estudante do 9º semestre de Pedagogia no campus de Iguatu, o sentimento “é uma mistura de preocupação e esperança”. “Ainda estamos em meio a uma pandemia, porém o retorno presencial pode nos fazer sentir mais vivos, próximos e humanos”, afirma.

Ela conta que tem participado de atividades presenciais desde o início do semestre. “As medidas de segurança estão realmente sendo levadas em consideração. O uso de máscara está sendo rigorosamente exigido e o comprovante de vacinação também”, aponta, chamando atenção para a disponibilidade de álcool em gel em diversos espaços da faculdade.

O comprovante de vacinação foi requerido a todos os estudantes no momento da matrícula. Aqueles que não tomaram pelo menos duas doses mas têm justificativa médica não podem entrar nos campi; eles têm a possibilidade de realizar suas atividades em domicílio com acompanhamento. Já os que que não apresentam passaporte nem justificativa, não podem entrar na Uece, não têm acesso às atividades e ficam com a frequência bloqueada automaticamente até sanar a situação. Professores e servidores, por sua vez, estão em processo de envio da comprovação, por meio de sistema virtual interno da instituição. 

Em Fortaleza, o aluno do 6º semestre do curso de Letras-Inglês Horácio Carvalho afirma que a expectativa é conseguir lidar com o ensino presencial. “Acabei me acostumando com o ritmo do ensino à distância e estar na frente do computador, não sei como será me acostumar ao presencial. Mas tem também um grande alívio por voltar a frequentar o espaço da universidade, rever amigos e professores, participar dos eventos e das discussões. São mais expectativas positivas que negativas”, pondera.

Segundo o jovem, as medidas contra a Covid-19 são válidas, mas poderiam melhorar. “Acho que a universidade deveria pelo menos tentar conseguir e distribuir máscaras, álcool... Ainda fico com medo, porém, se eu não for, talvez perca o semestre. Fica essa dualidade.”

Ele conta que, por ter aulas no período noturno, o atraso na volta do restaurante universitário (RU) não afetará seu cotidiano. “Porém, dificulta a vida dos estudantes que não têm tempo para se alimentar em outro local e daqueles para quem o RU é a primeira refeição do dia”, destaca.

Inflação e desistência em licitações atrasam recomeço dos restaurantes universitários

Dos nove municípios com campi da Uece, apenas três contam com restaurantes universitários (RU): no campus do Itaperi, em Fortaleza; na Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), em Limoeiro do Norte; e na Faculdade de Educação Ciências e Letras (Fecli), em Iguatu. Apesar do início das aulas presenciais nesta segunda, 28, os dois primeiros e a distribuição de refeições para o Centro de Humanidades em Fortaleza voltam a funcionar apenas no dia 11 de abril.

“Este período inflacionário que a gente está vivendo e a desistência de empresas nas licitações foram o que nos impediu de abrir os restaurantes agora. Não adiantava abrir para oferecer alimentação sem as condições adequadas do melhor serviço, da melhor comida”, explica o reitor Hidelbrando Soares em entrevista ao O POVO.

Segundo ele, as aquisições de gêneros alimentícios e de manutenção dos RU estão sendo planejadas desde julho de 2021. Entre janeiro e março, os resultados das licitações foram divulgados, parte deles terminou sem fornecedor interessado ou com fornecedores que desistiram da licitação.

Conforme o reitor, os 15 dias de atraso são o menor prazo possível para encaminhar as contratações das licitações que foram exitosas. Até que os restaurantes funcionem em abril, a comunidade universitária terá de providenciar a própria alimentação. Isso porque não há previsão orçamentária ou autorização para algum serviço alternativo ou compensação financeira.

Soares aponta ainda que “a universidade vem trabalhando para a implantação de estrutura de RU em todos os campi” desde 2012. “Estamos construindo estruturas de RU em Crateús, em Itapipoca e em Quixadá. Espero que entrem em funcionamento ao longo deste ano”, completa.

De acordo com a Universidade, o refeitório da Fecli funciona desde o dia 7 de março pois os alimentos são fornecidos por uma empresa tercerizada. Já o RU do Itaperi funcionará entre os dias 29 de março e 8 de abril apenas para cadastro biométrico de estudantes, professores, servidores técnico-administrativos e terceirizados. A Uece também afirma que os valores das refeições permanecem os mesmos já praticados – variando entre R$ 0,80 e R$ 2,50. (Colaborou Alexia Vieira)

A universidade

A Uece oferece 84 cursos de graduação em treze campi: três em Fortaleza (Itaperi, Fátima e 25 de Março) e dez no Interior (Limoeiro do Norte, Quixadá, 2 em Iguatu, Crateús, Itapipoca, Tauá, Pacoti, Guaiúba e Mombaça).

Atualmente, a Uece tem 17.510 alunos de graduação matriculados, dos quais 10.560 são de cursos na Capital, 5.271 no Interior, 1.664 nos cursos com oferta na modalidade a distância e 15 alunos do programa especial de formação de professores para Educação Básica/PARFOR.

Em cursos de pós-graduação, a Uece tem 2.090 estudantes de Mestrado e de Doutorado.

São 1.059 professores (entre efetivos, substitutos, temporários e visitantes) e 355 trabalhadores técnico administrativos efetivos, além de 597 colaboradores terceirizados.

 

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