Sindicatos e Governo do Ceará debatem inclusão de academias como atividades da saúde
A partir do dia 3 de janeiro, o passaporte sanitário será obrigatório para funcionamento das academias no Ceará. Conforme a Casa Civil, ainda não há previsão a inclusão ser iniciada
As academias cearenses podem passar a ser definidas como estabelecimentos da cadeia econômica da saúde, de acordo com o Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref5). Com isso, as academias seriam tratadas como serviço essencial em possíveis novas restrições decorrentes do Covid-19.
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Segundo Andréa Benevides, presidente do Cref5, os diálogos que baseiam essa decisão ocorreram em reunião entre o Conselho, o Sindicato das Empresas de Condicionamento Físico do Estado do Ceará (Sindfit), a Associação Cearense de Personal Trainers (Acept) e três representantes do Governo: Flávio Ataliba, secretário do Planejamento e Gestão; Dolores Fernandes, coordenadora da Vigilância Sanitária estadual; e Ricristhi Gonçalves, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Andrea afirma que o papel das academias tem sido observado por especialistas e autoridades que integram o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus. “Não queremos que o setor feche novamente, porque poderia comprometer a saúde da população”, argumenta.
A denominação de academias como serviço essencial durante a pandemia do novo coronavírus é respaldada por decreto federal publicado em maio de 2020, que também considera salões de beleza e barbearias no rol de atividades. Em Fortaleza, o prefeito José Sarto (PDT) incluiu templos religiosos e academias nos estabelecimentos considerados essenciais na Capital. Ele sinalizou, contudo, que regras na Cidade devem respeitar o decreto estadual.
O POVO apurou que o Governo do Estado, no momento, não tem qualquer previsão em incluir as academias na cadeia econômica da saúde. Em entrevista ao O POVO, a secretária executiva da Sesa explicou que a demanda veio da categoria em reunião anterior sobre a adoção do passaporte da vacina contra a Covid-19. "Achamos o pleito bastante legítimo na medida em que as academias e estabelecimentos afins promovem a saúde. Entretanto, a mudança na categorização não compete ao Estado, e sim à esfera federal", explica Ricristhi Gonçalves, fazendo referência ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde (CNES). "O que acordamos é que o setor fará esse pleito formalmente ao Governo e que articularemos como será possível contribuir."
Obrigatoriedade do passaporte tornará academias mais seguras, aponta Cref5
A ideia da exigência do passaporte sanitário para entrada nas academias, como explica a Andréa Benevides, é tornar a prática de atividade física mais segura. “As pessoas vão se sentir mais confortáveis sabendo que o setor está cada vez mais vigilante”, enfatiza a presidente do Cref5. Ela lembra que o número de usuários foi crescendo progressivamente a partir da retomada do funcionamento, durante a flexibilização econômica, porque os clientes perceberam que os protocolos definidos estavam sendo cumpridos.
Benevides aponta que a cobrança do documento deve ser realizada de forma diferente de restaurantes e eventos, quando o comprovante é solicitado sempre que o cliente comparece ao local. Nas academias, a vacinação deve ser apresentada uma única vez, durante o cadastro do cliente na plataforma do estabelecimento. Isso acontece porque o público frequenta os estabelecimentos regularmente e precisa se identificar para ter acesso aos equipamentos.
Atualmente, as academias que desejem operar com 100% da capacidade precisam exigir o passaporte sanitário, o que tem feito com que alguns estabelecimentos já tenham experiência com a logística de cobrança. Andréa explica que não há relatos significativos de resistência para mostrar o documento, e a expectativa é que a medida seja bem aceita pelos clientes com a ampliação. (Colaborou Marcela Tosi)
Atualizada às 16h20min
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