Análise: armador de origem, Lucas Crispim pode ser alternativa no meio-campo do Fortaleza

Com apenas Matheus Vargas e Lucas Lima no elenco para a função, camisa 10 poderia deixar a ala para ser uma opção para atuar na região central do meio-campo do Tricolor

A quarta derrota consecutiva do Fortaleza na temporada ligou o sinal de alerta para o Tricolor, que tem pela frente o confronto contra o Vitória-BA, nesta quarta-feira, 20, pela Copa do Brasil, e a decisão do Campeonato Cearense contra o Caucaia, nos próximos dias 22 e 24.

A má sequência de resultados complicou não só a sobrevivência do Leão na Libertadores como também prejudicou o time no início do Brasileirão, amargando a vice-lanterna. O escrete do Pici e o Athletico-PR foram as duas únicas equipes que ainda não pontuaram na competição.

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Diante disso, o técnico Juan Pablo Vojvoda tem o desafio de tornar a equipe novamente competitiva e busca alternativas para retomar os resultados positivos. Criticado pelas escalações da equipe nos últimos jogos e apegado ao mesmo sistema, o treinador tem no elenco um atleta que pode mudar a dinâmica da equipe: Lucas Crispim.

O Fortaleza geralmente atua em um 3-5-2, com dois alas na extremidade do campo e dois volantes à frente da linha de três zagueiros. No meio-campo, o time ainda conta com mais um atleta para dar criatividade no último passe e superioridade numérica no setor. Entretanto, o elenco é carente para escalar este terceiro homem do meio de campo, com apenas Lucas Lima e Matheus Vargas revezando na posição.

Abastecido com oito atacantes no grupo, o Tricolor não tem a quantidade necessária de jogadores para a posição de terceiro meio-campista com características de criação e último passe. Apesar de serem homens de confiança de Vojvoda, tanto Lucas Lima quanto Matheus Vargas não convencem a torcida e somam atuações irregulares.

Portanto, Lucas Crispim surge como alternativa para a posição. No jogo contra o Internacional, Vojvoda chegou a escalar o ala-esquerdo como meia-central, mas 12 minutos depois realojou o atleta para a ala-esquerda, quando substituiu Juninho Capixaba para promover a entrada de Lucas Lima, que assumiu a função.

Sendo um dos principais jogadores da equipe na última temporada, Crispim é meio-campista de origem. Em passagem pelo Guarani-SP, o atleta atuava centralizado, como um típico camisa 10, auxiliando tanto a criação, próximo aos volantes na transição entre defesa e ataque, quanto contribuindo no último passe ou até mesmo finalizando de média distância.

Atuando de ala, Lucas Crispim teve 100% de aproveitamento nos passes quando entrou no decorrer da partida contra o Colo-Colo-CHI, pela Libertadores, segundo o FootStats. Na Copa do Nordeste, o jogador foi o quarto que realizou mais assistências para finalização, com 9, mesmo disputando apenas sete jogos.

Apesar de Juninho Capixaba não ter tido uma sequência constante de boas atuações no Fortaleza, o lateral pode assumir a posição de ala-esquerdo no esquema tático de Juan Pablo Vojvoda e permitir a Lucas Crispim atuar centralizado.

Um possível sistema tático do Fortaleza com Lucas Crispim centralizado.
Um possível sistema tático do Fortaleza com Lucas Crispim centralizado. (Foto: Pedro Mairton)

A opção por Lucas Crispim atuando à frente dos dois volantes de ofício permite ao Fortalezar criar variações no sistema tático da equipe, uma vez que o setor ganha mais uma opção para os jogos e, junto a isso, a possibilidade de um canhoto no lado esquerdo do campo, que naturalmente tem mais facilidade de realizar ultrapassagens e cruzamentos em jogadas pela linha de fundo.

Além disso, tira a responsabilidade de um dos principais jogadores do time de realizar a recomposição defensiva em velocidade, visto que as principais obrigações para o camisa 10 na região central do campo seriam pressionar a marcação e fechar linhas de passe na saída de bola do adversário. Desta forma, o atleta seria ainda mais fatal com a bola no pé em caso da equipe recuperar a posse no campo de defesa do oponente.

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