Flamengo na final da Libertadores 2025: histórico, expectativas e rival

Rubro-negro chega à quinta final da Libertadores com a chance de conquistar o tetra e retomar o protagonismo sul-americano

23:02 | Nov. 28, 2025

Por: Luciana Cartaxo
Para o Flamengo, estar novamente na final reforça a imagem de clube de alta performance (foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O Flamengo está novamente na final da Copa Libertadores. Se conquistar o título, o time se tornará o primeiro clube brasileiro tetracampeão da competição, um marco que ampliaria seu peso histórico e institucional no futebol continental.

A classificação após o empate contra o Racing, na Argentina, colocou o clube carioca em sua quinta decisão continental, reafirmando uma trajetória que, especialmente na última década, devolveu aos rubro-negros o protagonismo no cenário sul-americano.

A final, marcada para este sábado, 28, será contra o Palmeiras, rival direto no debate contemporâneo sobre qual clube brasileiro domina o continente nos últimos anos.

A disputa, porém, vai além da taça: reacende debates sobre identidade, estilo de jogo, impacto financeiro e o ciclo competitivo que Flamengo e Palmeiras construíram desde o final da década passada.

Flamengo: 1981 e a consagração de um time lendário

A presença do Flamengo em finais da Libertadores começou em grande estilo. Em 1981, o time comandado por Zico, Júnior, Leandro, Andrade, Tita e Nunes teve o Cobreloa como adversário e transformou aquela edição em um marco cultural para o futebol brasileiro.

A conquista no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, com dois gols de Zico no jogo de desempate, consolidou o Flamengo como um gigante emergente no cenário internacional.

Apesar disso, o clube não repetiu o feito nas décadas seguintes. Campanhas irregulares, dificuldades estruturais e a instabilidade típica dos anos 1990 e 2000 afastaram o rubro-negro das decisões.

Flamengo: uma longa espera até o retorno ao topo

A segunda final, em 2019, marcou o fim de um hiato de 38 anos e simbolizou um momento de reconstrução. O time, então comandado por Jorge Jesus, conquistou uma virada histórica sobre o River Plate, em Lima, no Peru, consolidou o bicampeonato e inaugurou uma nova era no clube.

A partir daí, o Flamengo passou a se firmar como presença frequente nas fases decisivas. Em 2021, voltou a disputar a final, mas acabou derrotado pelo Palmeiras na prorrogação.

Em 2022, recuperou a coroa ao vencer o Athletico-PR, em Guayaquil, no Equador, garantindo o tricampeonato em uma campanha quase perfeita, marcada por protagonismo de jogadores como Gabigol, Pedro e Arrascaeta.

O período entre 2019 e 2025, portanto, transforma o clube em um dos que mais chegaram a finais da Libertadores no século XXI. Entre brasileiros, apenas Grêmio e Santos possuem número semelhante de participações em decisões ao longo da história.

Para o Flamengo, estar novamente na final reforça a imagem de clube de alta performance e grandeza sustentada.

 

Flamengo e o caminho até a decisão de 2025

O empate sem gols com o Racing, na Argentina, sacramentou a vaga na final em um clima de confiança e expectativa crescente.

A final de 2025 representa uma oportunidade histórica. Se vencer, o clube ultrapassa os compatriotas e se isola com quatro títulos continentais, algo jamais alcançado por uma equipe brasileira.

Enfrentar o Palmeiras em uma final de Libertadores não é novidade. Ao falar do Verdão, trata-se do clube brasileiro com mais finais de Libertadores e de uma equipe que assim como o Flamengo, se habituou ao protagonismo continental nos últimos anos.

A disputa também representa um capítulo importante na rivalidade contemporânea entre as duas equipes.

Desde 2018, Flamengo e Palmeiras polarizaram o topo do futebol brasileiro, com trocas de hegemonia entre Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e, principalmente, Libertadores.

Impacto financeiro, institucional e esportivo

Vencer a Libertadores não significa apenas erguer um troféu. Títulos desse porte definem ciclos e fortalecem estruturas esportivas.

No caso do Flamengo, um quarto título teria repercussão imediata na valorização de atletas, visibilidade internacional, consolidação da marca e atração de novos investimentos.

A presença constante em finais já é um ativo institucional. Mas o tetracampeonato abriria novas portas para negociações comerciais, reposicionamento de mercado e ampliação da influência esportiva do clube na América do Sul.

No campo esportivo, consolidaria uma geração que já marcou época e reafirmaria o Flamengo como um dos maiores clubes das Américas no século XXI.

O peso da torcida e o simbolismo do momento

O Flamengo carrega uma das torcidas mais numerosas e engajadas do mundo. A expectativa para a final é diretamente proporcional ao impacto emocional que o time causa.

O rubro-negro vive um momento em que gerações diferentes se conectam: torcedores que testemunharam o título de 1981, os que cresceram em meio às frustrações dos anos 1990 e 2000 e os mais jovens, que acompanharam a ascensão recente, encontram agora um ponto de convergência.

A final de 2025 se torna, portanto, não apenas um evento esportivo, mas um marco cultural. O jogo representa a interseção de passado, presente e futuro.

Se vencer, o time entrará em um grupo ainda mais seleto no futebol sul-americano e abrirá uma distância considerável para os rivais diretos no Brasil.