Como o Ceará criou "trilhas" para dar suporte psicológico aos jogadores lesionados

Como o Ceará criou "trilhas" para dar suporte psicológico aos jogadores lesionados

Coordenador do Cesp, André Martins detalha trabalho de psicólogo e assistente social com os atletas e as respectivas famílias durante a recuperação de contusão

Além de trabalhar para reduzir o número de contusões e acelerar o tratamento de jogadores, o Centro de Saúde e Performance (Cesp) do Ceará tem outro foco importante no trabalho ao decorrer da temporada: o suporte psicológico aos atletas e às respectivas famílias, sobretudo em períodos de recuperação de lesões.

O clube de Porangabuçu conta com psicólogo, psiquiatra e assistente social tanto no elenco profissional quanto nas categorias de base. Os profissionais das duas áreas atuam mais diretamente com o elenco — tanto por demanda dos próprios jogadores quanto por necessidade identificada pelo Cesp —, enquanto o serviço social tem relação maior com os familiares, sobretudo aqueles que residem em Fortaleza.

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O setor de psicologia faz um mapeamento do perfil de cada peça do elenco alvinegro, monitora o dia a dia e fica à disposição para atendimentos. Neste período de intertemporada, por exemplo, todos os jogadores tiveram um momento na sala da psicologia para um novo mapeamento.

"Esse aí é outro diferencial que a gente tem aqui no Cesp, que poucos clubes têm, né? [...] Para mim, o Ceará está disparado como um dos melhores do Brasil, senão o melhor, nessa área psicossocial. Hoje a gente tem, dentro do Cesp, o serviço social e a psicologia esportiva. A gente tem dois profissionais que atuam nesses dois setores, que atuam tanto de forma preventiva, mas também atuam nesse momento que você está falando, que é quando o atleta está lesionado", inicia André Martins, coordenador do Cesp, em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO.

"Então, por exemplo, o serviço social atua muito próximo à família do atleta, porque a gente entende que o atleta lesionado, sofre ele e sofre a família também. E, ao mesmo tempo, que o atleta precisa ter forças para se recuperar, a família precisa ser o suporte para esse atleta. Então, o nosso serviço social atua diretamente com as famílias, dando todo o suporte, encorajando. E o nosso setor de psicologia esportiva, junto com esse serviço social, trabalha na parte comportamental e mental do atleta durante esse processo", completa o chefe do setor.

Suporte aos atletas lesionados

Entre 2024 e 2025, o Ceará teve alguns jogadores com lesões mais sérias ou um período maior de ausência dos gramados, como Fernando Miguel, Luiz Otávio, Richardson, Gabriel Lacerda e Bruno Tubarão.

O goleiro, que ficou fora de praticamente toda a temporada passada, deu entrevista coletiva comovente detalhando o processo de recuperação e revelou que pensou em se aposentar. Já o experiente zagueiro, ídolo alvinegro, disputou apenas uma partida em 2024, passou por nova cirurgia e ainda não entrou em campo neste ano.

André Martins contou que o Cesp desenvolveu "trilhas" para acompanhar os atletas neste momento e ponderou que há reações diferentes diante de uma lesão.

"Aqui tem o que a gente chama de trilhas. A gente tem trilhas para diferentes contextos ao longo de uma temporada. Um desses contextos é a lesão. Então, quando o atleta entra nesse contexto, a gente tem programado o dia final. Ele não vai viver lesionado, uma hora vai acabar essa lesão. Durante esse trajeto, a gente tem uma trilha, que o atleta passa e é acompanhado por esse setor psicossocial. Do mesmo jeito que a gente tem ali as fases, fase 1, fase 2, ou seja, a fisioterapia, a medicina, essa questão psicossocial também tem essas etapas", diz o coordenador do Cesp.

"A gente tem um trabalho muito bacana que envolve o mapeamento do perfil do atleta. Tem atleta que com uma lesão às vezes se motiva. Ele fala: 'Agora eu vou me preparar, vou voltar mais forte, vou voltar melhor do que eu estava'. E tem atleta que se deprime: 'Minha carreira acabou, não vou mais conseguir'", exemplifica.

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