Clubes brasileiros são alvos de racismo na Libertadores; Conmebol anuncia punições mais severas

Nesta segunda-feira, 9, a Conmebol divulgou alteração no Código Disciplinar da entidade, impondo punições mais severas em casos de racismo

Não é de hoje que episódios racistas são presenciados em estádios de futebol pelo mundo. Há casos emblemáticos como o de Daniel Alves, na época jogador no Barcelona, que comeu uma banana atirada por torcedores do Villarreal no Campeonato Espanhol de 2014. No mesmo ano, o goleiro Aranha, que atuava pelo Santos, foi ofendido por torcedores do Grêmio em partida pela Copa do Brasil. Câmeras do canal ESPN Brasil flagraram uma torcedora chamando o arqueiro de macaco e o público em volta fazendo sons que lembravam o animal.

Na atual edição da Copa Libertadores, cinco clubes brasileiros foram alvos de ofensas racistas. No dia 13 de abril, em partida contra o Fortaleza, no Monumental de Núñez, um torcedor do River Plate provocou a torcida tricolor atirando uma banana no setor da arquibancada onde estavam os brasileiros. No dia 26 do mesmo mês, um torcedor do Boca Juniors imitou um macaco em direção à torcida do Corinthians, na Neo Química Arena.

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Ainda no dia 26, brasileiros que foram ao estádio Jorge Luis Hirschi, em La Plata, para acompanhar o duelo entre Estudiantes-ARG e Red Bull Bragantino sofreram insultos racistas. Em vídeo gravado na arquibancada e divulgado nas redes sociais, é possível ouvir gritos de “mono”, que significa macaco, em espanhol.

Em 28 de abril, foi a vez do Flamengo. Um torcedor da Universidad Católica-CHI foi visto imitando um macaco enquanto xingava a torcida do time carioca no San Carlos de Apoquindo, em Santiago. Na mesma data, torcedores do Palmeiras relataram ofensas racistas de um torcedor do Emelec-EQU, no estádio George Capwell, em Guayaquil.

Nesta segunda-feira, 9, a Conmebol divulgou alteração no Código Disciplinar da entidade, impondo punições mais severas em casos de racismo. Agora, o artigo 17, que trata sobre discriminação, prevê aumento de multa mínima aos clubes de US$ 30 mil (cerca de R$ 154,8 na coração atual) para US$ 100 mil (R$516,2). Os valores podem ser maiores dependendo da gravidade ou em caso de reincidência.

O Comitê Disciplinar da Conmebol pode ainda determinar que um clube tenha de jogar de portões fechados ou com interdição parcial do seu estádio. Na última sexta-feira, 6, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse, em entrevista ao GE, que enviaria proposta de perda de pontos a clubes em caso de racismo.

Até o momento, dois dos torcedores que cometeram atos de racismo foram identificados e sofreram alguma punição. O torcedor do Boca, Leandro Germán Ponzo, foi proibido de ir aos estádios de Buenos Aires por dois anos. Ele chegou a ser detido pela polícia de São Paulo e levado para uma delegacia, onde foi indiciado por injúria racial, entretanto, foi liberado após pagar fiança de R$ 3 mil. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Ponzo aparece debochando do episódio: "Não houve nada".

Já o torcedor do River Plate foi punido pelo Ministério de Justiça e Segurança da Cidade de Buenos Aires com a proibição de frequentar estádios da capital argentina por quatro anos. Além da sanção por gestos racistas, Gustavo Sebastián Gómez poderá pagar a multa de 30 mil dólares (cerca de R$ 154,8 mil) imposta ao time argentino pela Conmebol. O clube já recorreu da decisão e informou que se a multa não for retirada, será transferida para a pessoa identificada como responsável pelos gestos.

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