Sindicato repudia exigência de termo para profissionais da educação

Para o Sindicato, "causa absoluta estranheza e indignação esse tipo de condição, colocada, de forma unilateral, unicamente para os profissionais da educação". Médico infectologista e professor universitário concorda com repúdio

Em nota publicada nesta terça-feira, 1º, o Sindicato dos Servidores (SINDSIFCE) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) repudiou a manutenção da autodeclaração dos profissionais da Educação para se vacinarem contra a Covid-19. O termo tem sido alvo de críticas pela categoria desde o último sábado, 29. Para o Sindicato, “causa absoluta estranheza e indignação esse tipo de condição, colocada, de forma unilateral, unicamente para os profissionais da educação”.

“Trata-se de uma chantagem e um desrespeito aos profissionais da educação, além de um grave risco à saúde pública, tendo em vista que, para a retomada segura de aulas presenciais, não basta vacinar esses trabalhadores”, escreveu o órgão, que declarou estar em busca de meios judiciais para garantir o “respeito ao direito dos profissionais do setor”.

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“O único termo de compromisso que deve ser assinado é aquele em que governo e prefeituras expressem as medidas sanitárias a serem tomadas nas escolas e universidades, estabelecendo recursos, ações, prazos e responsáveis, para um retorno verdadeiramente seguro e responsável às aulas presenciais”, argumentou o Sindicato.

Para o médico infectologista e professor universitário Roberto da Justa, a medida apresenta ilegalidade. “A vacina, assim como a saúde, é um direito constitucional. Portanto, temos direito à vacinação, independentemente de qualquer condicionante”, argumentou. “Vejo também um autoritarismo desnecessário, porque impõe a obrigatoriedade da assinatura de um termo de compromisso”.

O docente também apontou discriminação contra os trabalhadores da educação devido ao termo de compromisso, tendo em vista que outros grupos prioritários não precisaram assinar documento para receber vacinação. “Eu mesmo, que sou trabalhador da área da saúde, não fui obrigado a assinar qualquer documento para receber minha vacina. Portanto, essa medida também tem um viés discriminatório inaceitável”.

Ainda, ele lembrou da importância de medidas, além da ampla vacinação, que possibilitem um retorno seguro às salas de aula. “Requer todo um investimento em infraestrutura, apoio pedagógico, EPIs, além de outros aspectos necessários também para o retorno presencial das atividades de ensino”, disse.

“É preciso garantir transporte público seguro, suficiente e sem aglomeração. Dar amplo acesso a máscaras adequadas, N95/PFF-2, e álcool-gel, como política pública. Garantir testagem permanente e em massa, rastreamento das pessoas que tiveram contato com quem testou positivo, monitoramento constante da transmissão comunitária, por bairro e município”, complementou o Sindicato.

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