Vacina contra Covid-19 pode gerar efeitos adversos? Tire essa e outras dúvidas

O POVO ouviu uma especialista e pessoas que já foram contempladas com os imunizantes

Quando a campanha de vacinação contra a Covid-19 teve início no Brasil, em janeiro deste ano, negacionistas levantaram questionamentos quanto a eficácia dos imunizantes utilizados e os efeitos colaterais que eles poderiam causar. Dois meses depois, mesmo com o andamento da imunização comprovando benefícios, essas dúvidas ainda surgem e podem provocar medo naqueles indivíduos inclusos nos grupos prioritários da campanha.

De acordo com a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra, o sentimento de temor diante do processo de vacinação não é necessário, uma vez que todos os imunizantes que estão sendo utilizados no País são seguros. "As pessoas podem ficar tranquilas e quem tiver indicação para se vacinar, importante fazê-lo", destaca a especialista.

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Além disso, a neurocientista afirma que a vacinação não tem provocado eventos adversos de natureza grave, apenas efeitos leves que não tendem a durar mais do que 48 horas. Para esclarecer essa e a outras dúvidas sobre o processo de vacinação, Mellanie respondeu a perguntas elaboradas pelo O POVO.


1: Quanto tempo a vacina precisa para agir no organismo?

 

"Em geral, 14 dias após a dose já é observada resposta. Pode variar entre cada pessoa, mas no geral é isso (...) Mas é importante tomar o regime completo pra o individuo ter a resposta completa, aguardar esse período após cada dose e seguir com as medidas de enfrentamento mesmo após a vacinação".

 

2: Quais os efeitos adversos que podem ser sentidos?

 

"Os principais eventos relatados são dor no local da vacinação, febre, cansaço, todos se resolvendo em 48 horas. Os eventos menos frequentes ficam na esfera das reações de hipersensibilidade, ou alergias intensas, que pessoas com histórico de alergias assim podem apresentar. (...) Qualquer evento adverso deve ser relatado pras instituições desenvolvedoras e pra Anvisa/agência reguladora pra ser investigado. Todos os eventos até o momento não tiveram relação com os imunizantes".

 

3: Após a imunização já se pode parar com os cuidados? 

 

"Não é porque se vacinou que pode flexibilizar qualquer medida. Deve seguir com todas até uma grande porcentagem da população estar imunizada (...) Para acabar não contraindo enquanto está desenvolvendo a resposta, e não correndo o risco de transmitir enquanto não sabemos se transmitem ou não. Muita gente após tomar a primeira dose acaba flexibilizando e contraindo o vírus, e como a resposta tá começando a se formar (no organismo), a pessoa pode ficar doente e mal".

 

4: Vacina tem efeito sobre as variantes?

 

"Ainda estamos aguardando mais dados. O que temos até o momento é uma nota de imprensa do Butantan afirmando que a vacina abrange as principais variantes circulantes no País (...) As pessoas devem se vacinar com nossas vacinas disponíveis, pois a proteção que elas podem conferir com as variantes é muito provável".

 

Relato de quem sentiu na pele

 

A distribuição dos imunizantes aos estados brasileiros tem sido realizada pelo Governo Federal por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI). Entre as Unidades Federativas, o Ceará é uma das que têm se destacado na aplicação das doses, chegando a ficar em segundo lugar nesse quesito em ranking divulgado na última semana pelo consórcio de veículos da imprensa, e já contemplando mais de 800 mil pessoas.

Uma delas foi Júnior Saab, 24, assistente social que atua como estagiário em um hospital de Fortaleza. Pertencendo ao grupo de prioridade da fase 1 da campanha, o jovem recebeu a primeira dose na segunda semana em que o processo de imunização teve início no Estado, recebendo a segunda dose cerca de um mês depois, em um momento que considerou cheio de "ansiedade" e "esperança".

As duas doses recebidas foram do imunizante CoronaVac, produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês SinoVac, e nenhuma lhe causou efeitos adversos. Júnior afirma ainda não ter sentido medo durante a aplicação da vacina, por entender a importância que o processo teria.

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"Acredito que nada seja tão amedrontador quanto recorde diário de óbitos. A vacina chega como uma esperança de dias melhores. Não deixem que o medo e falas negacionistas sejam maiores que a oportunidade de seguir longe desse vírus", frisa o jovem, aconselhando as pessoas que sentem receio em se vacinar.

Ao contrário de Júnior, Maria das Graças, 72, só recebeu a primeira dose da vacina na última semana, depois que Fortaleza passou a imunizar idosos acima de 70 anos. Também imunizada com a CoronaVac, a mulher afirma que o único efeito que sentiu após aplicação da vacina foi uma "ardência" no braço, que durou apenas alguns minutos.

"Tem uma senhorinha que mora aqui perto que tem medo de tomar e eu digo 'não tenha medo não, que não faz medo não. Eu estava com medo, mas não senti nada não. Eles (profissionais de saúde) me atenderam super bem'", revela ainda dona Graça, como é popularmente conhecida a idosa. 

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