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Testes da vacina Coronavac, contra Covid-19, têm retomada autorizada pela Anvisa

A agência tinha paralisado a vacinação do estudo clínico para analisar um evento adverso grave. O Instituto Butantan, colaborador da pesquisa, questionou a interrupção, afirmando que tinha informado à Anvisa que o evento não tinha relação com a vacina. A vacina é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac
12:18 | Nov. 11, 2020
Autor Catalina Leite
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Catalina Leite Repórter do OP+
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Tipo Notícia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a retomada dos testes da Coronavac pelo Instituto Butantan. A vacina contra a Covid-19 é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, tendo colaboração do Governo do Estado de São Paulo. As vacinações do estudo clínico foram interrompidas pela Anvisa na segunda-feira, dia 9 de novembro, na justificativa de analisar um evento adverso grave - o óbito de um voluntário.

O Instituto Butantan diz ter recebido a informação, por meio da imprensa, com surpresa e afirmou que a agência não marcou uma reunião para esclarecimentos no dia. Segundo o presidente do centro de pesquisa, Dimas Covas, o Butantan tinha notificado o óbito e informado que ele não tinha relação com a vacina.

Por outro lado, a Anvisa alegou que não tinha em mãos dados suficientes para validar a não relação com o produto testado. "A medida, de caráter exclusivamente técnico, levou em consideração os dados que eram de conhecimento da Agência até aquele momento e os preceitos científicos e legais que devem nortear as nossas ações, especialmente o princípio da precaução que prevê a prudência, a cautela decisória quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano", reforça a agência em nota divulgada nesta quarta-feira, 11. 

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Interrupções na Fase 3 são comuns e importantes para garantir a segurança dos produtos testados. Ela é a etapa mais rigorosa dos estudos em humanos e envolve milhares de voluntários. No entanto, o Butantan reclama da "falta de ética" da Anvisa por notificá-los de inadequadamente e causar "alarde" ao divulgar a informação 20 minutos após envio de e-mail para o Instituto.

Ainda, em entrevista coletiva nessa terça-feira, 10, o coordenador executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, João Gabardo, deu a entender que há motivação política na interrupção do estudo, já que a Coronavac é feita em parceria com a China. Mais cedo, no mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou as redes sociais para comemorar a suspensão: "Mais uma que Jair Bolsonaro ganha". Sem provas, o presidente falou que a vacina chinesa contra a Covid-19 causa "morte, invalidez e anomalia".

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