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Boletim aponta que causa da morte de voluntário durante testes da Coronavac não tem a ver com a vacina

De acordo com o boletim de ocorrência obtido e divulgado pela TV Globo nesta terça-feira, 10, a causa do óbito foi suicídio
15:12 | Nov. 10, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

A morte do voluntário que participava do processo de testagem da vacina chinesa Coronavac, ocorrida há uma semana e anunciada na noite dessa segunda-feira, 9, não se deu em decorrência do imunizante. De acordo com o boletim de ocorrência obtido e divulgado pela TV Globo nesta terça-feira, 10, a causa do óbito foi suicídio. 

O Instituto Butantan, entidade parceira no desenvolvimento da vacina, notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a morte do voluntário na noite de ontem. Logo após a notificação, a Anvisa divulgou publicamente que houve um "efeito adverso grave" no processo de testes da vacina e que por isso a testagem seria suspensa.

Os detalhes do caso e informações pessoais do voluntário não foram divulgados por questão de sigilo médico. No entanto, a TV Globo teve acesso ao boletim de ocorrência do caso - que constatava a causa da morte como suicídio. O laudo médico deve sair às 17 horas desta terça.

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Anvisa não confirma causa

Em coletiva de imprensa realizada nesta tarde, o diretor presidente da Anvisa, Antônio Torres, afirmou que a única informação que o órgão recebeu do Instituto Butantan era de que houve um "efeito adverso grave inesperado". Segundo Torres, o efeito adverso esperado no caso da Covid-19 é a morte em decorrência da doença, quando existe óbito por outros motivos ou há sequelas - o caso é considerado como inesperado e os estudos são interrompidos.

Gustavo Mendes, gerente da Anvisa, também esteve presente na coletiva e reforçou que o órgão não foi informado sobre a morte ter sido causada por suicídio. O especialista afirmou que o Butantan apenas alertou quanto a existência de um efeito adverso grave, não aprofundando detalhes do caso.

Dessa maneira, ainda não é possível saber se o voluntário estava sendo tratado com a vacina ou se ele recebia plasma- medicamento sem imunizante. Os dados estão sendo levantados e, somente depois de serem apresentados para Anvisa, é que o órgão deve decidir se estudos devem seguir ou continuarem suspensos.

Mendes ainda aproveitou o momento para enfatizar que a suspensão ocorre apenas por uma questão técnica. De acordo com o protocolo seguido pela instituição sanitária, toda vez que um efeito adverso inesperado for identificado em testes de vacina, o estudo precisa ser interrompido- ainda que não exista a comprovação de que o imunizante tenha sido o responsável.

A decisão é tomada como forma de cautela, para evitar o comprometimento dos testes. "Não é brincadeira atestar que uma vacina pode ser testada em uma pessoa. Não pode existir dúvidas", fez questão de destacar Torres, presidente da Anvisa.

No inicio da manhã desta terça, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, deu entrevista à TV Cultura e negou que a morte do voluntário tenha tido relação com a vacina. "Ocorreu um óbito, que não tem relação com a vacina. Portanto, não existe nenhum momento [ou motivo] para interrupção do estudo clínico", destacou Covas.

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