'Impossível que a reação do voluntário tenha relação com a vacina', diz Gabbardo
A decisão de suspender o processo de testagem do imunizante foi anunciada na noite desta segunda-feira, 9, após ocorrência de "evento adverso grave"O secretário executivo do Comitê de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo, foi taxativo ao dizer ser impossível que a reação adversa do voluntário - tal qual argumentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para suspender a realização dos testes clínicos da vacina Coronavac - tenha relação com o imunizante.
Segundo Gabbardo, o intervalo entre a aplicação da suposta vacina e início do registro de sintomas é superior a três semanas. Gabbardo ressaltou ainda que não foi descartada a hipótese do paciente ter recebido um placebo. "É impossível que um medicamento possa ter causado uma vertigem num paciente, supostamente atropelado, quase um mês depois de ter tomado o medicamento", afirmou.
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AssineGabbardo, que serviu como secretário executivo do Ministério da Saúde, sob gerência do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, disse ter respeito e consideração pelo presidente da Anvisa, Antônio Barra, com quem trabalhou enquanto serviu à pasta do governo federal.
"Imaginamos que não tenha sido algum motivo político interessado em prejudicar a ação do governo estadual. Provavelmente essa informação tenha sido utilizada por alguém com interesse em criar um fato. Disso não tenho nenhuma dúvida", afirmou Gabbardo durante entrevista coletiva, nesta terça-feira, 10, no Instituto Butantan.
Gabbardo disse esperar da agência reguladora o restabelecimento mais rápido possível da continuidade da pesquisa. "Uma vez respondidas todas as questões e tendo a certeza de que não existe relação de nexo causal, espero que possamos restabelecer o mais rápido possível a pesquisa. As pessoas estão aguardando na fila para serem voluntárias", afirmou.
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