Uso de anabolizantes 'me levou a lixo espiritual', diz Eduardo Costa
Cantor diz que substâncias afetaram seu comportamento, sua voz e sua relação com o próprio corpo, e afirma viver nova fase
Ao refletir sobre a própria trajetória, Eduardo Costa voltou a revisitar um capítulo que considera um dos mais difíceis de sua vida: os anos em que usou anabolizantes para alcançar um físico extremamente musculoso.
Em entrevista ao jornalista André Piunti, o cantor afirmou que ainda lida com efeitos colaterais do período e que sua relação com o corpo mudou completamente.
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Segundo o sertanejo, a substância mais agressiva que utilizou foi a trembolona, droga que deixou marcas profundas.
“O preço é muito alto. Usei uma droga, a trembolona, e foi a pior. Ela me levou para um lixo espiritual. Você fica forte e com o corpo definido, mas o resultado depois faz você pagar um preço. Eu pago esse preço até hoje. Está no meu sangue até hoje”, disse.
Eduardo relata que o uso dos hormônios mudou seu comportamento a ponto de ele não se reconhecer. Tornou-se reativo, explosivo e desconfortável até com elogios.
“Se a pessoa falasse qualquer coisa ou me elogiasse, eu ficava nervoso, e nunca fui assim. Sou o cara que fala o que pensa olhando na cara da pessoa e não tenho problema em falar”, contou. A percepção dessa mudança o fez abandonar as substâncias.
Hoje, Eduardo Costa diz viver outra fase, mais leve e distante do visual musculoso que exibiu no passado:
Ele mantém apenas um suplemento para evitar retenção de líquido causada pelas viagens frequentes de avião.
“Quero ser o cara magrelo, com ‘físico de pedreiro’, aquele corpo definido, mas magro. Só dá para saber se sou forte sem camisa. Não quero mais ser o cara musculoso. Isso passou. Hoje acho até deselegante, porque fica difícil vestir um terno daquele tamanho”, afirmou.
Apesar da decisão, admite que ainda sente tentação ao ver pessoas muito definidas. “Quando vejo os homens e as mulheres ‘marombas’, tenho vontade de voltar. Isso mexe comigo, mas não quero porque o preço é muito alto”.
O sertanejo também notou impactos na voz, resultado, segundo ele, da combinação entre os anabolizantes e o acidente aéreo que sofreu em 2011, quando a aeronave saiu da pista devido a problemas nos freios, causando fraturas no rosto, mãos e braços.
“As pessoas acham que comecei a cantar em tons mais altos porque emagreci, mas não. Tem dias em que a minha voz está mais alta, e outros em que está normal. Mas não vou atrapalhar a minha voz por vaidade”, explicou.
Eduardo Costa ainda comentou sobre boatos envolvendo suposto uso de drogas ilícitas, assunto que o incomoda profundamente.
Ele afirma nunca ter chegado perto delas e diz que, embora a maior parte das críticas não o ofenda, sua espiritualidade, sua família e esse tema são limites que não aceita ver ultrapassados.
“Mas eu sempre gostei da polêmica, e é nela que minha carreira foi fundamentada”, refletiu.