Livro de Carolina Maria de Jesus vai ganhar adaptação para o cinema

"Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, ganha adaptação cinematográfica e mostrará a vida da escritora na favela do Canindé e sua luta transformada em literatura de resistência

19:10 | Out. 24, 2025

Por: Carolina Passos
Para Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus é uma das escritoras mais versáteis da literatura protuguesa (foto: Acervo/Instituto Moreira Sales )

O diário de Carolina Maria de Jesus, mulher negra que narrou a vida na favela do Canindé, em São Paulo, vai ganhar as telas do cinema com Maria Gal no papel principal.

As informações foram confirmadas aos veículos de comunicação pela equipe de produção do longa-metragem, que já iniciou a preparação para as filmagens.

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"Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada", obra considerada uma das mais importantes da literatura brasileira, será adaptada para o cinema sob direção de Jeferson De ("M8 – Quando a Morte Socorre a Vida"), com roteiro de Maíra Oliveira ("Papai é Pop") e produção de Clélia Bessa.

O longa, com título provisório de "Carolina – Quarto de Despejo", reuniu elenco e equipe para a leitura do roteiro nesta semana, e as filmagens começam em 1º de novembro, no Rio de Janeiro.

Além de Maria Gal, Raphael Logam, Fábio Assunção, Thawan Lucas e Clayton Nascimento integram a produção que ainda não possui previsão de lançamento.

O livro reproduz os diários de Carolina entre 1955 e 1960, quando vivia no Canindé com seus três filhos e trabalhava como catadora de lixo.

Entre contos, poemas e relatos do cotidiano, ela narrava com força poética o sofrimento, a fome e a luta de quem vive à margem da sociedade.

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Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, Carolina, com apenas dois anos de educação formal, então conquistou o País: vendeu mais de um milhão de exemplares de sua obra, que foi traduzida para 14 idiomas, e se tornou um símbolo da literatura brasileira. Ela faleceu em 1977, aos 64 anos, vítima de bronquite asmática.

Segundo o comunicado da produção, o filme pretende mostrar não apenas as dificuldades enfrentadas por Carolina e seus filhos, mas também sua coragem, genialidade e paixão pela escrita, transformando seu diário em um potente testemunho de resistência.