Morre Claudia Cardinale, ícone do cinema europeu, aos 87 anos
A atriz franco-italiana morreu aos 87 anos e deixou um legado marcante no cinema europeu, em Hollywood e na luta pelos direitos femininos
A atriz franco-italiana Claudia Cardinale, um dos maiores ícones do cinema europeu, morreu nesta terça-feira, 23, aos 87 anos, segundo informou sua agente à AFP.
Conhecida por sua voz rouca, carisma inconfundível e beleza mediterrânea, Cardinale estrelou clássicos como “Oito e Meio”, de Federico Fellini, e “O Leopardo”, de Luchino Visconti, ambos lançados em 1963.
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No Brasil, Claudia Cardinale é citada num verso de "Alegria, Alegria", de Caetano Veloso ("O Sol se reparte em crimes, espaçonaves, guerrilhas. Em cardinales bonitas"). A faixa é reconhecida como uma das mais famosas da fase tropicalista do compositor baiano.
Nascida na Tunísia, Cardinale conquistou Europa e Hollywood
Nascida Claude Joséphine Rose Cardinale em 15 de abril de 1938, em La Goulette, na Tunísia, de família siciliana, a atriz entrou no cinema quase por acaso. Ainda adolescente, venceu um concurso de beleza que a levou à Itália, onde iniciou sua carreira no final da década de 1950.
Estreou no filme “Goha” (1958), ao lado da estrela egípcia Omar Sharif, e logo se tornou uma das atrizes mais reconhecidas da Itália.
Ao longo da carreira, participou de mais de 150 filmes entre Europa e Hollywood. Entre os trabalhos mais conhecidos estão “Rocco e Seus Irmãos” (1960), “A Rapariga da Mala” (1961), “Cartouche” (1962), “Blindfold”(1965), “Lost Command” (1966), “Os Profissionais” (1966) e o clássico “Era uma Vez no Oeste” (1968).
Claudia Cardinale também foi reconhecida com diversos prêmios ao longo da carreira, incluindo o David di Donatello de Melhor Atriz por "Il giorno della civetta" ("O Dia da Coruja") e “Uma Rapariga na Austrália”, além do Nastro d'Argento por “Claretta” e o prêmio de Melhor Atriz no 47º Festival Internacional de Cinema "Laranja de Ouro" de Antalya, em 2010.
Além do cinema, Cardinale destacou-se como ativista pelos direitos das mulheres, atuando como embaixadora da boa vontade da Unesco desde 2000.
Em 2011, a revista Los Angeles Times a incluiu entre as 50 mulheres mais bonitas da história do cinema.
Mesmo nas décadas recentes, Claudia permaneceu ativa, participando de produções europeias até os anos 2010, consolidando um legado que atravessa gerações e estilos cinematográficos, deixando uma marca indelével nas telas.