Beyoncé vence Grammy de Álbum do Ano pela 1ª vez por 'Cowboy Carter'

Apesar de somar o maior número de Grammys, a artista nunca havia sido premiada na maior categoria do evento, mesmo sendo indicada cinco vezes

09:01 | Fev. 03, 2025

Por: Évila Silveira
Beyoncé vence Grammy de Álbum do Ano (foto: Photo by KEVIN WINTER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Beyoncé ganhou o Grammy de Álbum do Ano na cerimônia que ocorreu na noite desse domingo, 2, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O disco "Cowboy Carter" também venceu a categoria de Melhor Álbum Country.

Apesar de ser a maior vencedora de Grammys, com 35 no total e 99 indicações, a artista nunca havia levado o prêmio considerado o maior do evento, por um álbum. Ela também foi apenas a quarta mulher negra a vencer na categoria, 26 anos após Lauryn Hill (em 1999).

No palco, Beyoncé entregou um discurso emocionado. “Estou muito honrada. Faz muitos anos… Eu gostaria de agradecer ao Grammy, todos os compositores, colaboradores, produtores por todo o seu trabalho”.

Ela subiu ao palco ao lado da filha mais velha, Blue Ivy Carter, e recebeu o gramofone das mãos dos bombeiros que trabalharam nos incêndios que atingiram Los Angeles.

Beyoncé vence Grammy de Álbum do Ano após indireta de Jay-Z

No Grammy do ano passado, o rapper e marido de Beyoncé, Jay-Z, chegou a questionar o fato da artista nunca receber o título de Melhor Álbum após anos de destaque. Ele argumentou que os jurados não haviam dado o devido reconhecimento aos artistas negros, incluindo sua esposa.

“Não quero constranger essa jovem artista, mas ela tem mais Grammys do que qualquer outra pessoa e nunca ganhou o prêmio álbum do ano. Portanto, mesmo com base em suas próprias métricas, isso aqui não funciona”, disse Jay-Z no palco ao receber um prêmio honorário.

Indicações a Melhor Álbum em outros anos

A indicação de “Cowboy Carter” é a quinta de Beyoncé na categoria de álbum do ano. A última delas foi em 2023, com “Renaissance”. Naquele ano, com sua vitória esperada, ela perdeu para “Harry’s House”, de Harry Styles.

Beyoncé concorreu a esta estatueta pela primeira vez em 2010, quando foi derrotada por Taylor Swift. Cinco anos depois voltou à disputa com seu autointitulado “Beyoncé”, que perdeu o cantor Beck. Em 2017 a artista viu o troféu ir para as mãos de Adele, quando concorria com seu aclamado "Lemonade".

Adele, inclusive, usou de seu tempo de discurso para declarar que, em sua visão, o álbum daquele ano era o de Beyoncé.

Em 2025, ocorreu o embate com Taylor Swift, Billie Eilish e as novatas Sabrina Carpenter e Chappell Roan. Para completar o combo, Charli XCX também foi indicada com seu popular álbum “Brat”.

Grammy 2025: Beyoncé e a conquista histórica no country

Beyoncé também se destacou na noite como a 1ª cantora negra a vencer na categoria country em 50 anos. As The Pointer Sisters foram as últimas a ganharem um Grammy por Melhor Performance Vocal Country, em Dupla ou Grupo, no ano de 1975.

Na cerimônia, ela recebeu o prêmio das mãos de Taylor Swift, que se consagrou no mundo da música a partir deste gênero. "Não esperava ganhar esse prêmio. Gostaria de agradecer a Deus. Que bom que ainda consigo fazer o que eu amo depois de tantos anos", disse em seu discurso.

Neste ano, Beyoncé liderava o número de indicações, com 11 no total. Além dos dois títulos de seu álbum, ela também levou outro prêmio por "Melhor performance em duo/grupo de country" ao lado de Miley Cyrus por "II Most Wanted".

Iza encontra Beyoncé em première de novo filme da Disney; VEJA

'Cowboy Carter' da Beyoncé: conheça álbum vencedor do Grammy

Depois do sucesso com “Renaissance” e toda sua reverência ao estilo musical house, Beyoncé optou por trabalhar a música country em “Cowboy Carter”. A obra faz parte de um lançamento em três partes, sendo essa a segunda etapa.

Beyoncé lançou uma obra com 27 faixas e uma hora e 18 minutos de duração. A artista mistura canções inéditas, como “Texas Hold 'Em”, com releituras de clássicos do country, como “Jolene” e “Blackbird”. O lançamento ainda traz participações, como as de Post Malone e Miley Cyrus.

O álbum foi aclamado pela crítica. É um projeto conceitual, carregado de política, mais uma amostra dos trabalhos aprofundados dos anos recentes da carreira de Beyoncé.