Chanel e Dior voltam às passarelas na Semana de Alta-Costura de Paris

As casas de moda Chanel e Dior apresentaram suas novas coleções em desfiles presenciais durante a Semana de Alta-Costura de Paris

Com a atriz americana Margaret Qualley usando um vestido de noiva como o último "look" da alta-costura, Chanel voltou às passarelas de Paris nesta terça-feira, 6, mas sem abrir mão do filme dirigido por Sofia Coppola.

O Palais Galliera, na capital francesa, serviu de palco para a apresentação da coleção outono-inverno 2021-2022. O prédio, que abriga o Museu da Moda de Paris, exibe atualmente uma retrospectiva da obra de Gabrielle Chanel.

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Os convidados tiveram a oportunidade de tentar pegar o buquê lançado por Margaret Qualley, que usava um vestido longo de linhas limpas e um véu. Deste modo, foi respeitada a tradição do vestido de noiva fechar os desfiles de alta-costura.

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A editora-chefe da revista Vogue nos Estados Unidos, Anna Wintour, ficou na primeira fila, mas para quem não pôde comparecer, a coleção também foi apresentada em vídeo, formato bastante utilizado durante a pandemia.

“Acho que teremos os dois, nunca abandonaremos a dupla transmissão. É um momento importante e vimos que isso interessou a muitos de nossos clientes ao redor do mundo”, disse à AFP Bruno Pavlovsky, presidente de atividades de moda da Chanel.

A diretora artística Virginie Viard "traz [...] sua visão da marca, muito atual e moderna", segundo Pavlovsky. Em seus vestidos de inspiração impressionista, saias xadrez e vestido de cetim branco com nós pretos, Virginie afirma que se baseou nas pinturas de Berthe Morisot, Marie Laurencin e Édouard Manet para desenhar a coleção.

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Com tons inusitados de laranja, malva, verde e amarelo, a criadora rompeu com o habitual preto-branco-bege que caracteriza a Chanel. “Gosto das cores no cinza do inverno [...] queria uma coleção especialmente colorida, bem bordada, algo aconchegante”, explicou em nota.

A trança banana que penteava a maioria das modelos e os tons escuros da maquiagem dos olhos deram um toque punk aos vestidos com babados e ternos de tweed, finalizados com salto. Para a noite, Chanel propõe camisolas e pijamas transparentes. (Olga Nedbaeva/ AFP)

O desfile da Dior

Depois de apresentar seus projetos virtualmente devido à pandemia, a Dior estimulou os sentidos de quem assistiu seu desfile em um pavilhão bordado por artesãos indianos, no primeiro dia da Semana da Alta-Costura em Paris.

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A Dior é uma das poucas casas que voltou a realizar espetáculos presenciais nesta temporada, o que “permite compreender a coleção de uma forma mais completa, comparada com um vídeo”, explicou à AFP a italiana Maria Grazia Chiuri, criadora das coleções femininas.

As atrizes Monica Bellucci e Jessica Chastain, a diretora Nicole Garcia e a modelo britânica Cara Delevingne compareceram ao Museu Rodin, na capital francesa, para ver as criações.

A “materialidade” ou a presença do objeto guiou esta coleção rica em "looks totais" de tweed - das botas ao chapéu - e em vestidos de noite esvoaçantes, em que as tranças e telas prendem as pregas de uma forma quase invisível. Demorou 12 dias de trabalho para fazer essa costura, que dá “uma leveza incrível” aos vestidos, disse Maria Grazia Chiuri.

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O espetáculo aconteceu dentro de uma sala cujas paredes foram totalmente bordadas seguindo o desenho da artista francesa Eva Jospin, uma homenagem à sala de bordado indiano do Palácio Colonna, em Roma.

“Em um desfile presencial, existe uma relação muito tátil e muito física com a obra”, sublinhou Jospin. Mais de 400 cores, 150 tipos de pontos, brilho... “Quando vemos a loucura do detalhe, percebemos que há obras que não podem ser virtuais, têm de viver”, acrescentou.

Feminista convicta, Maria Grazia Chiuri desenvolveu esse tema com sutileza. “O fim do feminismo nunca vai chegar”, afirma Chiuri, que acredita que “reivindicar o valor artístico do bordado, que é considerado uma tarefa doméstica, é uma mensagem feminista”.

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A paleta da coleção dialoga com os bordados, em tons refinados de azul, rosa, verde e bege. “As cores são naturais e atemporais”, o que reflete a ideia da estilista de que as peças da alta-costura podem ser passadas de mãe para filha.

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Além disso, brinca com as proporções para conseguir uma silhueta “mais contemporânea e atemporal”. E mais confortável, porque a delicadeza da cintura se consegue visualmente com jogos de volume e não com um corte justo.

O chapéu de tweed, combinando com o terno, inspira-se no anos 1960, "muito masculino", em contraste com os grandes chapéus florais que a casa Dior apostava até agora. (Olga Nedbaeva/ AFP)

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