No Festival de Cannes, Spike Lee diz que Bolsonaro é "gângster" e "não tem moral e escrúpulos"

Cineasta é o presidente do júri da 74ª edição do evento francês. O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, crítico do presidente, também é jurado no evento. Lee citou, ainda, Trump e Putin

Durante a coletiva de imprensa que marcou o início da 74ª edição do Festival de Cannes - um dos principais eventos do cinema mundial -, o cineasta estadunidense Spike Lee fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o definiu como "gângster". 

Veja vídeo (em inglês):

Sem se referir ao político pelo nome, o diretor afirmou que Bolsonaro, o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o presidente da Rússia Vladimir Putin - ambos aliados do presidente brasileiro - "não têm moral, não tem escrúpulos".

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"Esse mundo é comandado por gângsters. O Agente Laranja (em referência a Trump), o cara no Brasil (referindo-se a Bolsonaro) e Putin. Eles vão fazer o que quiserem. Eles não têm moral, não têm escrúpulos. Esse é o mundo em que vivemos. Nós temos que falar contra gângsteres como esses", afirmou, em tradução livre, Spike Lee na coletiva.

O cineasta é diretor de filmes como "Faça a Coisa Certa" (1989), "Infiltrado na Klan" (2018) - pelo qual ganhou um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado - e "Destacamento Blood" (2020), que abordam temas como racismo e injustiças sociais. 

O júri do 74º Festival de Cannes, que tem o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho (penúltimo, da esquerda para a direita) como membro
Foto: Valery HACHE / AFP
O júri do 74º Festival de Cannes, que tem o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho (penúltimo, da esquerda para a direita) como membro

 

Colega de júri de Lee, Kleber Mendonça Filho é crítico do governo Jair Bolsonaro e do desmonte da cultura e do audiovisual empreendidos na gestão federal, além de ressaltar as denúncias de corrupção envolvendo o presidente.

O cineasta brasileiro já competiu no Festival de Cannes duas vezes, com "Aquarius" (2016)" e "Bacurau" (2019). Na primeira vez, equipe e elenco protagonizaram protesto no tapete vermelho contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e o governo de Michel Temer (MDB).

Com "Bacurau", já sob o governo Bolsonaro, o diretor afirmou à época que não haveria protesto. "O filme é suficiente", considerou. O longa mostra a resistência e a união de uma pequena comunidade quando ela começa a ser atacada. 

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