Camilo fala em 'interferência' de Trump, classifica-a como 'ameaça injustificável' e promete reação
Ocasião também rendeu críticas do ministro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao mencionar "obras paralisadas" na gestão passada
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), rechaçou "interferência" do governo Donald Trump contra o Brasil. Durante agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Missão Velha, a 527 quilômetros de Fortaleza, o ex-governador mencionou "ameaça injustificável" dos Estados Unidos.
“Presidente, eu queria aqui dizer que precisou o senhor voltar para Presidência da República para levantar a autoestima do povo brasileiro, para defender o nosso País, para defender, inclusive, nesse momento, da interferência do presidente Trump aqui no Brasil. E nós vamos reagir, porque é uma ameaça injustificável o que ele tem [a] fazer. E o presidente, com a voz, com a defesa do povo brasileiro, vamos defender o Brasil e a nossa nacionalidade”, disse Camilo nesta sexta-feira, 18.
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Assista na íntegra declaração de Camilo sobre Trump:
Lula visitou o Ceará um dia após fazer pronunciamento, em rede nacional, sobre a tarifa de 50% a produtos brasileiros nos EUA. No Estado, o chefe do Executivo federal inaugurou trecho da ferrovia Transnordestina e assinou ordem de serviço autorizando investimento de R$ 1,4 bilhão.
A ocasião também rendeu críticas de Camilo ao ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL). "Essa obra ficou quatro anos paralisada no governo passado e precisou um 'caba pai d'égua', nordestino, voltar à Presidência da República para retomar”, afirmou.
Na oportunidade, o ministrou alegou que "as duas mais importantes obras do Ceará e do Nordeste foi o presidente Lula que trouxe", referindo-se à Transnordestina e à transposição do Rio São Francisco.
“Aliás, presidente, o Cinturão das Águas, que passa aqui por Missão Velha, também nós sofremos muito no governo passado para garantir recursos, que não vinha recurso para essa obra; e o senhor, através do Valdez [Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional], vai entregar essa obra da transposição com o Cinturão das Águas concluída até o ano que vem”.
Em outro momento, Camilo concluiu: “Portanto, precisou o presidente voltar para garantir dignidade ao povo do Ceará, do Nordeste do Brasil".
Lula também alfinetou Bolsonaro
No primeiro discurso após operação da Polícia Federal na residência de Bolsonaro, Lula disse: "Eu, se tivesse juízo, tinha mandado fazer um churrasco, para a gente comer ao invés de fazer discurso".
O presidente não citou Bolsonaro em momento algum do discurso, que durou cerca de 20 minutos. Ao final, porém, fazendo referência à oposição e, indiretamente, ao grupo do ex-presidente, afirmou que não deixará aquele "bando de maluco" voltar à Presidência.
"Eu não vou entregar esse País de volta àquele bando de maluco, que quase que destroem esse País nos últimos anos. Pode estar certo disso, eles não voltarão. Não é porque o Lula não quer, é porque vocês não vão deixar eles voltarem".