André Fernandes diz que PL terá candidato próprio ao governo do Ceará e descarta apoio a Ciro e RC
Deputado assumirá a direção estadual do PL em setembro deste ano e afirmou que qualquer tratativa de unidade com outros partidos de oposição passará pela premissa de que o candidato ao Abolição será do PL, sem possibilidade de negociação
14:24 | Jul. 18, 2025
O deputado federal André Fernandes (PL) informou ao O POVO nesta sexta-feira, 18, que o PL terá candidatura própria ao governo do Ceará e ao Senado Federal em 2026. Embora defenda unidade entre a oposição, André descartou eventuais apoios a outros nomes cogitados para concorrer ao Abolição pelo grupo opositor, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Fernandes reforçou que o PL terá candidatura própria e que qualquer tratativa de unidade passará por essa premissa, sem possibilidade de negociação. André assumirá a direção do PL Ceará em setembro deste ano, faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2026. Ele substituirá Carmelo Neto (PL).
"O Partido Liberal terá candidatura própria ao Governo do Ceará e ao Senado. Me esforçarei para unir a oposição no Ceará e fazer uma grande aliança, mas o cenário político atual impõe, como condição essencial, que o candidato ao Governo seja do nosso Partido (PL), que represente os nossos valores e que não seja mais do mesmo. O candidato ao Senado foi uma escolha do próprio presidente Bolsonaro, e com diálogo com os mandatários do PL e com nossas lideranças, também escolheremos o melhor nome para disputar o Governo", disse ao O POVO.
O pai de André, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), já foi lançado como pré-candidato ao Senado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A vereadora de Fortaleza, Priscila Costa (PL) também recebeu acenos de Michelle Bolsonaro (PL) e Valdemar da Costa Neto, para disputar a Casa Alta.
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André chegou a dizer que PL poderia apoiar Ciro
Fernandes defendeu, em fevereiro, que o seu partido tivesse candidato próprio ao Governo do Estado e dois nomes para o Senado. Paralelo a isso, lideranças da oposição como Capitão Wagner, presidente do União Brasil Ceará; Roberto Cláudio e Ciro Gomes começaram a fazer movimentos para aglutinar o bloco.
Movimentações iniciais nos bastidores apontavam que André e RC se aproximaram após a eleição municipal de 2024 e que o ex-prefeito teria boas condições de ser o candidato ao governo com apoio do PL. O que está descartado, a partir de agora, com a postura adotada por André.
Em café com deputados estaduais de oposição, em maio, Ciro disse esperar votar em Alcides, pai de André, para senador em 2026. Em conversa reservada com os parlamentares, o ex-governador disse que estaria a disposição de concorrer novamente ao Palácio da Abolição.
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Pouco depois, André participou de reunião com vereadores contrários ao PT, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), e fez elogios a Ciro, chamando-o de "inteligente", "preparado" e defendendo deixar egos de lado, abrindo ainda a possibilidade do PL retirar eventual candidatura para apoiar o pedetista.
Os acenos incomodaram Bolsonaro. Em passagem do ex-presidente por Fortaleza, Bolsonaro se encontrou com Roberto Cláudio, em reunião intermediada por André, Carmelo e Rogério Marinho, em sinalização de palanque único em 2026 no Ceará. Bolsonaro chegou a sugerir encontro com Ciro em algum momento.
Fala de André vem após críticas de Ciro a Bolsonaro
Horas antes da declaração de André Fernandes descartando apoio do PL para Ciro e RC, ou outro político fora dos quadros do partido, Ciro Gomes se manifestou sobre o atual cenário brasileiro das tarifas impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, onde critica Bolsonaro.
O ex-ministro diz que o presidente Lula estaria tendo benefícios eleitorais das medidas, chamando as atitudes da família do ex-presidente, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de burras.
"Mas daí a celebrar como Lula está fazendo, os benefícios eleitorais de curto prazo que a soma da injustiça da medida ianque com a tremenda burrice dos Bolsonaros, vai um enorme e intransponível distância. Querem polarizar? Sigam destruindo nosso país, disse.
"Vendo o Lula fazendo piada com a gravidade da situação, mas claramente comemorando a grande besteira dos Bolsonaros, pai e filhos e aliados como surpreendentemente o governador de São Paulo (Tarcísio de Freitas)", completou.