Abin Paralela: Ramagem depõe para Polícia Federal nesta quarta-feira, 17
Dentre os tópicos a serem tratados, está o áudio de Ramagem com Bolsonaro
O ex-diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, depõe à Polícia Federal sobre suposto esquema, conhecido como “Abin Paralela", de espionagem de adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A oitiva está marcada para a tarde desta quarta-feira, 17, às 15h, na Superintendência da PF, no Rio de Janeiro.
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O depoimento ocorre após nova fase da operação denominada Última Milha, que investiga o suposto esquema. Dentre os tópicos a serem tratados, está o áudio de Ramagem com Bolsonaro, no qual os dois discutem proteção ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre as investigações envolvendo rachadinhas.
O material foi encontrado no computador do ex-diretor da Abin e mostra o ex-presidente e o seu entorno comentando sobre buscas em órgãos oficiais, dados sobre o caso e sobre deixar o tema "fechadíssimo". Bolsonaro chega até a dizer "a gente nunca sabe se estão gravando", enquanto estava sendo gravado.
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Ramagem também deverá ser interrogado sobre um encontro com o delegado Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin indicado pelo presidente Lula (PT). Reunião ocorreu em junho de 2023.
A PF ainda buscaria saber sobre os cinco presos no âmbito da operação Última Milha, em mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. A ofensiva teve como alvos supostos auxiliares da Abin e envolvidos no gabinete do ódio de Bolsonaro.
Além de Ramagem, os investigadores deverão ouvir, ao longo desta semana, testemunhas e servidores da Abin, segundo informações da CNN Brasil. Os interrogatórios teriam sido marcados depois do início da quarta fase da Última Milha.
Ramagem nega monitoramento ilegal e diz que PF cria “alvoroço”
O ex-diretor-geral da Abin ja se pronunciou publicamente sobre a investigação da Polícia Federal. Ramagem negou qualquer interferência no caso das "rachadinhas", vinculado ao senador Flávio Bolsonaro, rejeitou ter feito monitoramento ilegal de autoridades, e disse que a lista de 23 “espionados” pela Abin foi divulgada para “criar alvoroço”.
O ex-diretor minimizou a aquisição do sistema First Mile, software hacker israelense comprado pela Abin para, segundo a PF, fazer espionagem por meio da invasão de telefones e computadores.