Ramagem nega interferência em caso de rachadinhas e diz que PF "cria alvoroço"
Ramagem começou criticando a operação Última Milha, afirmando que a Polícia Federal 'despreza os fins de uma investigação'
O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL), criticou a investigação da Polícia Federal sobre suposto monitoramento ilegal e interferência na Abin durante sua gestão.
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Dentre as declarações, o pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro negou qualquer interferência no caso das rachadinhas, vinculado ao senador Flávio Bolsonaro, rejeitou ter feito monitoramento ilegal de autoridades, e disse que a lista de 23 “espionados” pela Abin foi divulgada para “criar alvoroço”.
Ramagem começou criticando a operação Última Milha, afirmando que a Polícia Federal “despreza os fins de uma investigação”. “Apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”, escreveu, em texto no X, antigo Twitter.
Confira o pronunciamento abaixo:
Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas.
— Delegado Ramagem (@delegadoramagem) July 12, 2024
O tal do sistema first mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado.
A aquisição foi…
O ex-diretor minimizou a aquisição do sistema First Mile, software hacker israelense comprado pela Abin para, segundo a PF, fazer espionagem por meio da invasão de telefones e computadores.
“O tal do sistema First Mile, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado. A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin”, seguiu Ramagem.
Segundo ele, a divulgação do nome dos ministros, parlamentares, membros do executivo e jornalistas, ocorreu para “criar alvoroço”. “Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, afirmou.
Ramagem nega interferência no caso das "rachadinhas"
Houve ainda menção indireta ao áudio encontrado pela Polícia Federal, no qual Ramagem supostamente conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre possibilidades de abertura de procedimentos contra auditores da Receita Federal que investigavam o filho do mandatário, Flávio Bolsonaro (PL).
“Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial. Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional.”
Por fim, Ramagem cita a pré-candidatura ao Rio, alegando que “nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro.”
Mesma vinculação com a campanha do Rio foi feita pelo filho do ex-presidente Bolsonaro e assunto dos áudios, Flávio. O objetivo da operação seria, segundo Flávio, prejudicar a pré-candidatura do ex-chefe da Abin. O senador indica, porém, que haverá mudança de estratégia na campanha. Segundo o jornal O Globo, internamente, o consenso é de que haverá desgaste eleitoral.
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