André Fernandes associa grupo que vandalizou gabinete ao governo Elmano e à Alece

O parlamentar também questiona atuação do Ministério Público do Ceará no caso

Após ter o escritório político vandalizado pelo Levante Popular da Juventude, o deputado federal André Fernandes (PL) afirma que o movimento é "financiado" pelo Governo do Estado e pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). A afirmação foi compartilhada nessa segunda-feira, 15, em publicação nas redes sociais.

Segundo ele, a informação veio do “próprio grupo”. “É isso mesmo que eu estou falando: são beneficiados diretamente por um programa do Governo do Ceará e da Alece". Nas imagens, é possível ver pessoas com blusas e uma bandeira do Levante em frente a um caminhão com placas do programa “Ceará Sem Fome”, onde também são notadas as logomarcas de ambas as entidades.

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Na ocasião, o parlamentar aparece em frente à sede do Ministério Público do Ceará (MPCE). Ele relata que foi ao local cobrar, "mais uma vez, providências", e conta que foi atendido pelo procurador-geral de Justiça do Ceará, posto ocupado por Haley de Carvalho Filho.

“Uma coisa simples que eu quero saber: está tendo improbidade administrativa, aliás, os meus opositores políticos estão usando o dinheiro público para financiar atos criminosos contra a mim? Contra a minha pré-campanha? Me desculpa, mas todos envolvidos, independente do lado que esteja, têm que pagar. Seja de forma criminal, administrativa ou eleitoral", acrescentou Fernandes.

Ele finaliza questionando a atuação no caso: “Ou a Justiça não vai dar prosseguimento apenas porque se trata do André Fernandes? Repito: eu não quero acreditar que o Ceará é uma terra sem lei”.

André reafirma a pergunta em segunda publicação, desta vez, com duração de 24 horas. "Estaria o Governo do Estado junto com a Alece financiando o crime? Por que é que o Ministério Público não deu prosseguimento numa investigação que eu solicitei? Está tudo tão na cara e os órgãos não vão fazer nada? Às vezes eu me sinto abandonado pelos órgãos", desabafou.

Outro lado

Procuradas pelo O POVO, as assessorias de comunicação da Alece, do Governo do Ceará e do MPCE ainda não retornaram sobre o assunto. Assim que houver resposta, o texto será atualizado.

Já o líder do bloco do PT na Alece, deputado estatual De Assis Diniz, contou ao O POVO que "o governo não financia, não financiou e não financiará" o Levante. Apesar disso, ele considera que o protesto do grupo se trata de "uma ação política, feita para denunciar aqueles que patrocinaram, financiaram e cometeram os atentados terroristas do dia 8 de janeiro".

De Assis entende que a situação "é a mesma narrativa que a direita sempre usou ora com o PT, ora com o MST, ora com a CUT. Agora, é com o Levante". "Dizer que é um movimento financiado e patrocinado [pelo] o governo, no caso o Levante aqui do Ceará, muito pelo contrário", pontuou.

"O Levante é um movimento de jovens que tem diálogo com os graves problemas das nossas juventudes, que tem uma interação e uma intervenção qualificada e eles atuam exatamente na sua dimensão política [...] Não imagino que o fato de estar no governo, seja no âmbito municipal, estadual, federal, vai arrefecer a necessidade da organização das juventudes", concluiu o petista.

O líder do governo na Alece, deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), também foi procurado para comentar sobre o assunto, mas ainda não houve retornou.

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Relembre o caso

Fernandes (PL) teve o escritório político, localizado na avenida Barão de Studart, vandalizado durante protesto na madrugada do dia 1º de abril. Um boneco com o rosto do parlamentar foi queimado pelo grupo Levante Popular da Juventude.

O grupo de cerca de 20 pessoas pichou as paredes e banners do local de vermelho com a palavra "golpista". Eles também gritavam "sem anistia". Os responsáveis pelo ato estavam cobrindo os rostos e usando camisas do Levante Popular e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Eles promoveram atos em frente às residências de políticos e personalidades da direita que, de acordo com o grupo, foram articuladores da tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes em Brasília. Os atos acontecem na data que marca 60 anos do golpe militar.

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