Quem são Domingos, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, presos acusados de mandar matar Marielle

O nome de Chiquinho apareceu nas investigações em razão da delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de ser o executor dos disparos que alvejaram Marielle e Anderson

A Polícia Federal prendeu na manhã deste domingo, 24, o deputado Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, em investigação sobre a 'autoria intelectual' dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além de crimes de organização criminosa e obstrução de justiça. As prisões integram a Operação Murder Inc, que ainda vasculha 12 endereços do Rio de Janeiro, por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Chiquinho Brazão foi vereador do Rio de Janeiro por quatro mandatos, o último deles coincidindo com o de Marielle Franco, entre 2017 e a morte da vereadora, em março de 2018. Ele foi eleito deputado federal pelo Avante nas eleições 2022, sendo que se licenciou, no final do ano passado, para atuar como secretário municipal de ação comunitária no Rio. A passagem foi curta e se encerrou em fevereiro.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

O nome de Chiquinho apareceu nas investigações em razão da delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de ser o executor dos disparos que alvejaram Marielle e Anderson. O acordo foi homologado nesta semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Foi a citação a Chiquinho que levou à remessa do caso para a Corte máxima. Antes, o inquérito já havia sido remetido ao Superior Tribunal de Justiça, em razão da menção de Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ.

Domingos Brazão foi alçado ao Tribunal de Contas do Estado em 2015, mas antes foi deputado estadual, ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de 1999 até sua entrada na Corte. A citação do nome de Domingos no inquérito sobre os assassinatos de Marielle e Anderson não é nova, vez que em 2019 ele foi apontado como o 'principal suspeito de ser autor intelectual' das mortes. Sempre negou participação no crime.

O conselheiro ganhou mais espaço sob os holofotes quando a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu a federalização do caso Marielle e Anderson em 2019, denunciando o conselheiro por obstrução de Justiça. O pedido no entanto foi negado, mas a Procuradoria-Geral da República já narrava como Domingos teria se aliado a funcionários de seu gabinete, uma advogada e um delegado da PF para fazer investigações em âmbito estadual "passarem longe dos reais autores do crime".

Caso Marielle: seis anos depois, VEJA o que foi respondido e o que segue sem resposta

O reduto político da família Brazão é Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. A região é dominada por milícias. Domingos já admitiu ter matado um homem em 1987. O processo ficou parado, subiu para o Tribunal de Justiça em 2000 (depois que se tornou deputado estadual). Em 2002, a Corte Especial rejeitou a condenação.

Rivaldo Barbosa é delegado e foi empossado chefe da Polícia Civil do Estado do Rio no dia 13 de março de 2018, um dia antes da execução de Marielle. O convite para o cargo foi feito pelo então interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, que depois seria ministro da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele deixou a chefia da Polícia Civil em janeiro de 2019, após a posse do então governador Wilson Witzel. Graduado em direito, Barbosa também ocupou o comando da Direção de Homicídios.

Rivaldo Barbosa é delegado e foi empossado chefe da Polícia Civil do Estado do Rio no dia 13 de março de 2018, um dia antes da execução de Marielle. O convite para o cargo foi feito pelo então interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, que depois seria ministro da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele deixou a chefia da Polícia Civil em janeiro de 2019, após a posse do então governador Wilson Witzel. Graduado em direito, Barbosa também ocupou o comando da Direção de Homicídios.

Caso Marielle: prisões resultam de delação premiada de Ronnie Lessa

A execução das prisões e dos mandados na manhã deste domingo foi proposital. Os investigadores queriam surpreender os suspeitos. A inteligência policial havia indicado que os três estavam em alerta nos últimos dias, depois do STF homologar a delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa.

Preso desde 2019 acusado de ser um dos executores do assassinato de Marielle e Anderson, Lessa apontou quem eram os mandantes, assim como a motivação do crime, ao aceitar o acordo de colaboração com a Polícia Federal.

Segundo o delator, os mandantes do crime fazem parte de um grupo político poderoso no Rio de Janeiro interessado em diversos âmbitos do estado carioca. À PF, Lessa detalhou encontros desse grupo e indícios de motivações.

Esposa de Ronnie Lessa é presa por tráfico internacional de armas; ENTENDA

Caso Marielle: mãe e irmã da vereadora se pronunciam sobre prisões

Ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco declarou, em publicação no X (antigo Twitter) que “hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos”.

“Agradeço o empenho da PF, do governo federal, do MP federal e estadual e do ministro Alexandre de Moraes. Estamos mais perto da Justiça”, acrescentou.

Marielle Franco: irmã e filha fazem homenagem após 6 anos de morte; VEJA

Já a mãe da vereadora falecida, Marinete, afirmou ser “um domingo de muita dor, mas também para se fazer justiça”. Em entrevista à Globo News, ela sublinhou que maior surpresa das prisões foi o envolvimento de Rivaldo Barbosa, já que ele tinha uma relação de confiança com a família.

“A minha filha confiava nele e no trabalho dele. E ele falou que era questão de honra dele elucidar [a morte da vereadora]. Por questões óbvias, porque a Marielle, além dele confiar, a Marielle garantiu a entrada do doutor Rivaldo no Complexo da Maré depois de uma chacina para ele entrar e sair com a integridade física garantida”, narrou a mãe de Marielle. (Com Agência Estado)

O reduto político da família Brazão é Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. A região é dominada por milícias. Domingos já admitiu ter matado um homem em 1987. O processo ficou parado, subiu para o Tribunal de Justiça em 2000 (depois que se tornou deputado estadual). Em 2002, a Corte Especial rejeitou a condenação.

Rivaldo Barbosa é delegado e foi empossado chefe da Polícia Civil do Estado do Rio no dia 13 de março de 2018, um dia antes da execução de Marielle. O convite para o cargo foi feito pelo então interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, que depois seria ministro da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele deixou a chefia da Polícia Civil em janeiro de 2019, após a posse do então governador Wilson Witzel. Graduado em direito, Barbosa também ocupou o comando da Direção de Homicídios.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

CASO MARIELLE/STF/RONNIE LESSA/DELAÇÃO/PRISÃO

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar