Em meio a impasses, PDT convoca reunião para deliberar sobre líder de bancada na Alece

Esta será a segunda reunião para tratar do assunto. Na primeira, as conversas não avançaram. Impasse se dá por cisão que divide pedetistas entre aliados do senador Cid Gomes (agora no PSB) e dos dirigentes partidários nacional e estadual, respectivamente, André Figueiredo e Roberto Cláudio, mais o prefeito de Fortaleza, José Sarto

Os deputados estaduais do PDT terão nova reunião para deliberar sobre a liderança de bancada do partido na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Marcado para a sexta-feira, 23, o encontro acontece com os parlamentares e a comissão provisória estadual. As informações foram dadas ao O POVO pelo dirigente partidário da sigla, o ex-senador Flávio Torres.

A data ultrapassa o prazo estipulado pelo presidente da Alece, deputado Evandro Leitão (PT), que marcou a definição dos nomes para esta sexta-feira, 16. Questionado sobre a circunstância, o ex-senador explicou que “o deputado Evandro Leitão estipula as [datas] das bancadas dele, mas não estipula nenhum prazo para o partido. O partido vai fazer sua reunião e vai comunicar à Assembleia que escolheu tal líder”.

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Na última quarta-feira, 7, o presidente da comissão provisória foi até à Alece para discutir o assunto com os parlamentares. No entanto, não houve definição. Na oportunidade, os dissidentes pediram que o partido liberasse as cartas de anuência para saírem da sigla sem perderem o mandato. Contudo, Torres alegou não ter autonomia para tal.

"Se a gente der a carta de anuência e eles saírem, não tem troca nenhuma. Se eles não estão mais [no partido], a gente elege o líder que quiser. E não é moeda de troca, nem nada. A posição deles foi uma posição ostensiva, de dizer o seguinte: 'nós não conversamos enquanto o partido não nos der a carta de anuência'.", explica Torres. "Então, a reunião acabou e não terminou bem, porque eles não querem nem me ouvir".

Segundo ele, não há mais diálogo. "Isso não é mais nem diálogo, porque diálogo eu tentei. Vai ser um monólogo lá e um monólogo cá". Ainda conforme Torres, “não existe líder de bancada. Bancada são os deputados. Líder é do partido. Na maioria das vezes, a bancada coincide com o partido”.

De um lado, estão os membros do PDT alinhados ao prefeito de Fortaleza, José Sarto, ao presidente municipal da sigla, Roberto Cláudio, e ao presidente nacional em exercício, o deputado federal André Figueiredo. De outro, os que se alinham ao senador Cid Gomes, que recentemente migrou ao PSB junto com 40 prefeitos do Ceará.  

“Nesse caso do PDT, que a gente vive uma situação especial, a maioria da bancada quer sair. É o direito que eles têm, mas eu acho que não tinha o direito ético de querer ser líder do partido que eu não falo mais por ele, que eu não me articulo com a direção estadual, que eu não me articulo com a direção nacional. Então, eu fui lá tentar convencê-los, mas eles nem me ouviram”, diz o ex-senador.

Outro ponto apresentado pelo dirigente é o de que os parlamentares não cumprem com a contribuição partidária desde outubro de 2023 e, dessa forma, eles não têm direito de sequer votarem nomes para ocupar a liderança do partido na Alece.

"Seria muito bom se eles fossem [para a reunião]. Eu estaria na porta cobrando, porque diz também o estatuto que não pode votar, nem ser votado, quem não estiver em dia com a contribuição obrigatória estatutária".

Sobre um nome para ocupar a vaga de liderança, foi ventilado o do deputado Cláudio Pinho, mas ainda não há definição. "Realmente a gente não discutiu isso, não. Eu tinha ouvido antes, se eles tivessem nos ouvido e se a gente tivesse feito um acordo de boa vizinhança, de boa convivência, os deputados tinham sugerido o Cláudio Pinho, mas agora é outra realidade. Não posso adiantar", finalizou Torres.

Procurado pelo O POVO, o atual líder de bancada do PDT na Alece, deputado Guilherme Landim, não respondeu até a publicação desta matéria. O texto será atualizado quando houver retorno.

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