Caso Marielle: Domingos Brazão nega ser aliado de Jair Bolsonaro
Deputado afirma que trabalhou com a ex-mulher do ex-presidente e com Flávio Bolsonaro, mas que não é próximo de Jair BolsonaroApós ser supostamente delatado pelo ex-PM Ronnie Lessa, como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, afirmou que não mantém alianças com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Em entrevista ao Uol, Brazão afirmou, sim, ter conhecido a ex-esposa do ex-presidente, Rogéria Bolsonaro, e o hoje senador Flávio Bolsonaro, que foram, respectivamente, vereadora e deputado ao mesmo tempo que ele.
“Eu fui deputado com o Flávio Bolsonaro e vereador com a Rogéria Bolsonaro. Conheço o presidente Bolsonaro. Não sou, assim, próximo, nem politicamente aliado ao presidente, mas conheço o Bolsonaro, conheço a sua família”, disse Brazão.
O conselheiro ainda comentou sobre o passaporte diplomático concedido ao irmão, Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) e sua família. Apesar de ter sido levantado como um suposto favorecimento por parte de Bolsonaro à família de Brazão, o documento, na verdade, é um direito concedido a todos os integrantes do Congresso Nacional.
“Todo deputado federal tem direito a um passaporte diplomático. A família inteira. Todos os 513 deputados têm direito, se fizerem o requerimento. Não é o Bolsonaro que dá, é a prerrogativa de deputado federal”, defendeu-se Brazão.
Ao contrário da falta de proximidade de Domingos, o irmão, Chiquinho Brazão, fez abertamente campanhas pró-Bolsonaro no pleito de 2022. Chegou, inclusive a acompanhar Flávio Bolsonaro em comícios e eventos.
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Delação
Sobre a delação de Ronnie Lessa, Domingos Brazão negou participação e afirmou que “jamais teve acesso aos autos” e que não sabe se a informação procede, ou seja, se o ex-PM realmente citou o nome do deputado.
“Eu não sei se isso é verdade. Eu jamais tive acesso a esses autos, todas as vezes que peticionamos, não tivemos acesso. O senhor está me dando uma informação que eu não tenho, inclusive, a PF ontem a noite fez uma nota dizendo que isso não procede", comentou.
Ele ainda acrescentou que “se for verdade, a PF vai estar diante de um outro crime, que é a pretensão desse cidadão, desse marginal, de querer proteger alguém ou receber alguns benefícios”.
Mais do que não reconhecer veracidade da delação premiada, Brazão afirmou que também não conhecia “os personagens do caso”, se referindo aos ex-PMs Élcio Queiroz e Ronnie Lessa e até mesmo à própria deputada Marielle Franco.
“Não lembro de Marielle nem como assessora do Freixo. Não a conheci como vereadora. Ouvi, sim, falar muito, até que aconteceu essa trágica ocorrência com ela e com o motorista Anderson”, disse.
“Em relação a esses personagens, tanto o Élcio quanto o Ronnie Lessa, também não os conhecia, não estava mais na atividade política de rua. Não posso nem garantir se existe algum tipo de delação com o meu nome, não tivemos nem acesso”, completou.
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