Em recado a Camilo, Ciro diz que "coronel no Ceará nunca foi coisa boa"

O pedetista criticou o monopólio de poder no Estado e afirmou incentivar novas lideranças

Aos poucos voltando para o cenário da política estadual, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) endereçou críticas a ex-aliados no Estado. Entre os nomes citados, estão seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT) e, em especial, o hoje ministro Camilo Santana (PT). O pedetista disse ser um desafio "contemporâneo" o monopólio de poder. Em tom mais duro, disparou: "Coronel no Ceará nunca foi coisa boa". 

Ciro disse ter dado passagem aos dois ao se impor uma "inelegibilidade". Cid foi chefe do Executivo de 2007 a 2015, enquanto o irmão Ciro comandou o Estado entre 1991 e 1994. Ambos apoiaram a campanha eleitoral que culminou na eleição de Camilo, na época deputado estadual, em 2014, em disputa contra Eunício Oliveira (MDB).

O pedetista criticou o monopólio de poder no Estado e afirmou incentivar novas lideranças, em fala que elogiava as gestões de Roberto Cláudio (PDT) à frente da Prefeitura de Fortaleza. "Estive sempre muito dedicado a produzir nos quadros nas novas gerações desde quando eu, Ciro Gomes, por opção minha, me tornei inelegível no Ceará para dar passagem ao Cid Gomes, para dar passagem ao Camilo Santana", disse.

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E seguiu: "Nunca foi bom pro Estado do Ceará monopólio de poder, coronel no Ceará nunca foi coisa boa. Esse é que se trata contemporaneamente nosso desafio".

Ao ser anunciado no palco, Ciro agradeceu os elogios que recebeu de outras lideranças da legenda, que o chamavam constantemente de "eterno presidente". As falas, para Ciro, seriam para ir "compensando as feridas".

No período eleitoral, o ex-ministro disse ter levado uma "facada nas costas" de ex-aliados no Ceará, sem mencionar nomes. Os alvos mais prováveis são justamente Camilo, por ter rompido com o grupo e escolhido lançar candidatura do PT ao Governo, e o irmão Cid, que apoiou o petista ao Senado, mas não fazia o mesmo pelo candidato de Ciro no pleito estadual. 

"Tenho que começar agradecendo essas pabulagens, esses elogios generosos que os amigos fazem para a gente para ir compensando as feridas, as cicatrizes e as dores, trato delas com muita tranquilidade", disse.

Ciro e Cid têm relações estremecidas

Em maio, o senador Cid Gomes disse que não está rompido com o irmão, mas reconheceu divergências sobre as últimas eleições. Ele vem se resguardando de comentar publicamente problemas familiares e afirmou que ainda aguarda o momento de tratar sobre isso com o irmão.

Cid era partidário da manutenção da aliança com o PT e Camilo. A movimentação era para apoiar a reeleição de Izolda Cela, que estava no PDT e havia assumido o governo com a saída de Camilo para disputar a vaga ao senado. Ciro defendia a candidatura própria do PDT e acreditava no nome de Roberto Cláudio para o Governo do Ceará. Em evento compartilhado no início de junho, os dois se evitaram e não trocaram cumprimentos

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