Polícia Federal conclui que André Fernandes cometeu crime em publicações de 8 de janeiro

Ministério Público decidirá dentro de até 15 dias se apresenta denúncia contra o parlamentar

A Polícia Federal (PF) concluiu que o deputado federal cearense André Fernandes (PL) cometeu crime em publicações nas redes sociais sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro. O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A PGR terá 15 dias para decidir se denuncia ou não o deputado cearense.

No relatório, a PF apontou que André Fernandes incitou o crime de tentar abolir o Estado democrático de direito por meio de violência ou grave ameaça.

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A primeira publicação questionada foi feita em 6 de janeiro e chamava as pessoas a participarem do ato que terminou na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de 8 de janeiro.

"Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos Lá", escreveu no Twitter. O parlamentar, no entanto, afirma que não não compareceu ao ato e não sabia que haveria depredação.

No próprio dia 8, ele fez outra publicação, de um armário depredado com a inscrição do nome de Alexandre de Moraes. "Quem rir, vai preso", escreveu Fernandes. Ele posteriormente apagou as publicações, segundo disse, para "não gerar confusão".

A PF considera que o parlamentar, embora tenha publicado no Twitter que não compactua com o vandalismo, na prática ele contribuiu com a destruição, ao compartilhar imagens dos ataques, em tom elogioso. O relatório considera que o parlamentar ainda contribuiu para dar mais publicidade aos atos.

"No caso das deputadas Sílvia Waiãpi (PL-AP) e Clarissa Tércio (Progressistas-PE), a Polícia Federal se comportou do mesmo jeito, achando que viu supostamente indício de crime e, no entanto, a PGR não viu isso. A mesma PGR que pediu a abertura não viu na sua conclusão", apontou o parlamentar sobre duas deputadas bolsonaristas que também foram investigadas por publicações sobre os atos golpistas.

"Sigo tranquilo. O que eu fiz é público e o povo está acompanhando tudo. Sigo tranquilo", acrescentou Fernandes.

André Fernandes foi autor da proposta de CPMI dos atos golpistas e disse ao O POVO ter interesse em depor.

Com informações de João Paulo Biage, correspondente do O POVO em Brasília

Atualizada às 19h50min

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Polícia federal deputado André Fernandes atos golpistas 8 janeiro

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