Luizianne insiste em candidatura ao governo do Ceará e já negocia com outros partidos

Nesta quinta-feira, 31, a parlamentar participa de uma conversa com o presidente do Psol no Ceará, Alexandre Uchôa, e com a pré-candidata do partido ao governo estadual, Adelita Monteiro

A deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT) continua em busca de viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado nas eleições de outubro. Em movimento inédito, a liderança histórica do Partido dos Trabalhadores também tem colocado seu nome à disposição de outros partidos que compõem a formação de federação partidária com o PT. 

Luizianne não descarta apoiar a manutenção da aliança entre petistas e pedetistas para a eleição de 2022 no Ceará. No entanto, ela defende que a cooperação entre as legendas precisa acontecer "dentro de condições que o PT aceite". Sua principal rejeição é o apoio a Roberto Cláudio (PDT) na cabeça da chapa para o Palácio Abolição.

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Insatisfeita com a condição do PT no Ceará diante da política coordenada pelo senador Cid Gomes (PDT) e pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a petista já procura dialogar com outras siglas. 

Nesta quinta-feira, 31, a parlamentar participa de uma conversa com o presidente do Psol no Ceará, Alexandre Uchôa, e com a pré-candidata do partido ao Governo, Adelita Monteiro. Segundo Uchôa, ainda não existe nenhum pedido formal de filiação de Luizianne ao partido. Até a publicação desta matéria, o local do encontro ainda não havia sido definido. 

Insatisfações

Correligionária do governador Camilo Santana (PT), Luizianne integra ala do PT mais crítica à aliança do partido com o PDT. O grupo também é composto pelo deputado federal José Airton e o deputado estadual Elmano de Freitas.

Em fevereiro deste ano, a ex-prefeita chegou a receber o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma conversa cujo objetivo foi de ver a possibilidade de uma candidatura do PT na disputa ao Governo do Ceará.

No entanto, tal possibilidade acabou desidratando após o próprio líder petista reforçar que o governador do Ceará precisa fazer a política que é “conveniente para o Estado”, o que incluiria a manutenção da aliança PT-PDT.  Questionado sobre a aliança entre PT e PDT no Estado e como mantê-la a enquanto os partidos têm presidenciáveis diferentes e que, frequentemente, trocam farpas, Lula ressaltou o entendimento de que é possível caminhar juntos a depender do contexto local.

Caso siga para outro partido, movimento de Luizianne pode se assemelhar ao da deputada federal Marília Arraes, pré-candidata ao Governo de Pernambuco. Apoiadora declarada do ex-presidente Lula, a parlamentar se filiou recentemente ao Solidariedade. No estado, o PT abriu mão de candidatura própria ao governo para apoiar o deputado federal Danilo Cabral, pré-candidato pelo PSB. 

Eleições 2020

Nas eleições de 2020, Luizianne disputou novamente o cargo de prefeita de Fortaleza, perdendo para o atual gestor, José Sarto (PDT). A campanha foi alvo de polêmicas após a petista acusar seu adversário de quebrar “pacto de não agressão” proposto por ele. Sarto negou ter quebrado algum pacto

A então candidata reclamou ser alvo em programas eleitorais do hoje prefeito no 1º turno. Ela chegou a ser tachada, na campanha de Sarto, como "a pior prefeita do Brasil". A peça foi retirada do ar após decisão liminar da Justiça, que entendeu haver uma distorção de pesquisa feita em apenas 8 capitais, e não em todas as cidades do País.

Críticas de Ciro a Lula

Em janeiro deste ano, membros da cúpula cearense do PT manifestaram incômodo com as falas de Ciro Gomes durante o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República. A aliança entre petistas e pedetistas no estado entrou em novo teste de resistência após o ex-ministro lançar duras críticas ao ex-presidente Lula ao responder uma pergunta em que acusa o site Brasil 247 de "não ser um órgão de imprensa" e de ser "um panfleto do Lula, pago com dinheiro sujo".

Dias depois, Luizianne Lins foi um dos nomes que assinaram uma nota de repúdio do PT contra as acusações. Entusiasta da aliança entre PT-PDT no Ceará, o deputado José Guimarães não assinou o documento.

"É lamentável a manifestação de agressão injusta, manipulação de fatos e falta de percepção dos desafios para o povo brasileiro que o pré-candidato Ciro insiste em expressar", inicia o texto.

A ex-prefeita tem se juntado a movimentos militantes do PT que veem uma relação de "subserviência" na relação PT-PDT no Ceará. O ex-deputado Mário Mamede, coordenador do Núcleo Américo Barreira do PT Fortaleza, chegou a criticou duramente Ciro Gomes ao considerar que o pedetista "não sabe fazer um trabalho de construção partidária".

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